Em entrevista emocionada, o padre Giliard Gava, da paróquia de Urussanga, relembrou os últimos momentos ao lado do Papa Francisco, que faleceu nessa segunda-feira (21), aos 88 anos. “Estive com ele agora a última vez. Foi ainda esse ano, foi dia 26 de janeiro, primeiro encontro, quando celebramos a Santa Missa. Depois também dia 29 de janeiro, numa quarta-feira, a gente participou de uma audiência geral. Mas nós já percebemos realmente o estado dele com a questão da pneumonia”, contou o padre, em entrevista ao Programa Adelor Lessa.
Papa Francisco, batizado como Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro pontífice da América Latina, o primeiro jesuíta a ocupar o cargo e um dos que mais viajou pelo mundo. “Ele fez muitas coisas por primeiro. Visitou tantos e tantos países que ele costumava chamar de periferia do mundo”, relembrou Giliard.
Com um pontificado marcado pelo compromisso com os pobres, o diálogo e a inclusão, Francisco deixa um legado que, segundo o padre, será difícil de esquecer. “É um Papa realmente do diálogo, da anuidade e da paz. Eu acho que vamos ver mais mulheres em altos cargos da Igreja, esse é um dos legados que ele deixa”, afirmou.
Conclave
Outro marco do papado de Francisco foi a reformulação do Colégio de Cardeais. “Por lei o limite era de 120 cardeais, mas hoje, abaixo de 80 anos, são 137. Isso é uma grande novidade que ele deixou. Muitos também do Brasil, como Dom Jaime Spengler, que entra agora no conclave”, explicou.
Para Giliard, a escolha do próximo Papa pode surpreender, assim como foi a de Francisco. “Quem são os papáveis muitas vezes ficam de fora. E o Jorge Bergoglio foi um grande exemplo disso, nem configurava nas listas dos possíveis eleitos”, finaliza.
Ouça, na íntegra, o que disse o padre Giliard Gava.