O estado de Santa Catarina registrou um aumento significativo do número de moradores em situação de rua, nos últimos oito anos. Nessa quarta-feira (12), foi realizada uma audiência pública na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), com autoridades do governo, Ministério Público, Tribunal de Contas, forças de segurança, prefeitos e especialistas, para discutir soluções sobre a pauta.
"Isso é um problema seríssimo que a gente precisa tratar urgentemente, antes que a gente comece a ter cracolândia aqui no nosso estado. Nós precisamos dar oportunidade pra quem quer, tratamento pra quem precisa e cadeia pra quem merece", avalia o deputado estadual Matheus Cadorin (Novo), em entrevista ao Programa Adelor Lessa, nesta quinta-feira (13). "Tudo isso foi discutido de como solucionar essas questões, como desburocratizar esse processo para que a gente tenha soluções eficientes", ampliou.
Desde 2017, SC, que tinha 1.774 moradores em situação de rua na época, registrou um aumento superior a 520% nos índices. O valor não considera os casos subnotificados, o que significa que os números podem ser ainda maiores. "Nós passamos de 1.774 moradores de rua cadastrados, segundo o Tribunal de Contas, pra mais de 11 mil nesse ano. Então nós temos um crescimento absurdo de moradores de rua registrados. Com certeza esses números são subnotificados ainda no nosso estado", informa Cadorin.
Dentre os estudos realizados, não há a informação de quantos moradores são catarinenses e quantos são migrantes. "Um projeto de lei que eu apresentei, que é para considerar a prática similar a tráfico humano, o deslocamento de moradores de rua com o simples objetivo de largá-los em território além. Isso tem acontecido bastante, isso é uma prática que a gente sabe que acontece. A outra é porque o Estado de Santa Catarina ele cresce, ele chama a atenção e, estatisticamente com esse fluxo de imigrantes vindo pra cá, eventualmente alguém acaba na rua", diz o deputado.
Na entrevista, Matheus Cadorin destaca também os serviços de apoio já existentes para auxílios aos moradores nesta situação. "Centros de recuperação já existe, a gente tem tanto as comunidades terapêuticas que fazem o trabalho mais capilarizado do poder público, e também tem os Centros Pop, o Cras, o Creas. A gente tem várias oportunidades pra quem quer se tratar", lembra.
Ouça, na íntegra, a entrevista do deputado estadual: