A situação envolvendo autistas e filas preferenciais ganha destaque em Criciúma. Existe um Projeto de Lei do vereador Salésio Lima (PSD) referente a instituição da Carteira de Identidade do Autista. E desde 2017 é lei que os estabelecimentos públicos e privados possuam o símbolo mundial do autismo nas placas de atendimento prioritário, algo que não vinha sendo respeitado.
Alunos do Colégio Marista elaboraram uma placa, que a escola oferece aos locais interessados. Como já existe uma lei cobrando, as crianças não entendem porque a situação não vem sendo cumprida. Conforme o promotor da 5ª Promotoria de Justiça de Criciúma, Luiz Fernando Ulisseia, órgão que atua na defesa de pessoas com deficiência e de idosos, o Procon foi cobrado.
“Foi respondido que com somente dois fiscais o Procon não conseguiria fiscalizar tudo, então eu elenquei 22 estabelecimentos para que o Procon fiscalizasse”, comentou. “Esse trabalho começou por meio de uma provocação dos alunos do primeiro ano do Marista. Eles tem um coleguinha com essa condição e fizeram trabalhos sobre o autismo”, explicou Ulisseia.
O promotor conversou com a Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT), para que as vagas reservadas fossem fiscalizadas. Segundo ele, é preciso que exista uma política de divulgação, para que a lei seja seguida. “Crianças de 5 anos estão dando uma lição de cidadania em todos nós, querendo um pleito que vai dar direito para os outros e não para si”, citou.
A solicitação é para que durante as fiscalizações de renovação de licenças o Procon cobre a instalação destas placas. “É um direito dele pegar a fila preferencial, mas aqui em Criciúma isso não vinha sendo respeitado”, comentou o promotor.
E as carteiras para autista?
Ulisseia não concorda com o Projeto de Lei para a instituição da carteira de identidade do autista e explicou a posição. “De repente algum familiar não quer utilizar a carteira, porque isso aumenta a exposição, então imagina um cidadão visitando a nossa cidade e não tendo a carteira, ele vai ser constrangido”, afirmou.