O número de casos prováveis de dengue em Santa Catarina neste início de ano está 900% acima do registrado no mesmo período de 2023. De acordo com o Governo do Estado, até esta terça-feira (23) havia 4.043 pacientes com os sintomas da doença, uma morte confirmada (em Joinville) e duas em investigação (Garopaba e Blumenau). Além disso, já foram identificados mais de 5 mil focos do mosquito Aedes aegypti em 186 municípios, dos quais 154 já são considerados infestados.
No Sul, há sete cidades consideradas infestadas: Araranguá, Içara, Imbituba, Passo de Torres, São Ludgero, Sombrio e Tubarão. Além disso, há outras sete em situação menos grave, mas com focos do mosquito: Criciúma, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Braço do Norte, Orleans, Praia Grande e Santa Rosa do Sul.
A região não está entre as mais afetadas em Santa Catarina, que concentra os casos sobretudo na região de Joinville. No Sul, há 28 casos, sendo 16 na microrregião de Tubarão (Amurel), nove na região Carbonífera (Amrec) e três no Vale do Araranguá (Amesc).
Governo do Estado integra esforços
Nesta quinta-feira (25), o Governo do Estado anunciou a integração das pastas do governo para o enfrentamento às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O Grupo de Ações Coordenadas (Grac) passa a se reunir semanalmente a partir da próxima semana.
“Estamos nos antecipando. Em 2023, trabalhamos muito no combate à dengue e começamos no mês de março, quando os casos começaram a aumentar. Mas, percebemos que neste ano vai ser preciso começar agora em janeiro. O calor e as chuvas contribuem para o aumento dos casos e precisamos unir esforços”, afirmou o governador Jorginho Mello.
Ele também destacou que já há providências bem encaminhadas. "Além dos repasses que estão previstos, toda a estrutura de governo vai se envolver nessa prevenção. Um exemplo disso é o Detran, que vai assinar com o Tribunal de Justiça, um termo para esvaziar os depósitos de carros pelo estado", informou o governador.
Com a integração das pastas e das entidades, a expectativa é desencadear medidas que envolvem todos os setores e reforçar as ações já realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde.
"O país inteiro vive o aumento de casos da dengue. Mas o poder público não vai dar conta sozinho. Todos precisam fazer a sua tarefa, de eliminar os criadouros do mosquito. Vistoriar sua casa, seu ambiente de trabalho. Cobrar dos vizinhos. E fazer isso uma vez por semana", alerta a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
Sintomas e tratamento da dengue
Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são os seguintes: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
“O principal tratamento da dengue é a hidratação adequada. Por isso, desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é receber hidratação, seja via oral ou injetável, a depender dos critérios de classificação do caso. Isso é essencial para evitar a evolução para gravidade dos casos”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde.
Segundo ele, uma pessoa de 60 quilos com suspeita de dengue deve ingerir mais de 3 litros de líquidos por dia de tratamento.
O Governo do Estado ainda aguarda as informações oficiais do Ministério da Saúde sobre a chegada das doses da vacina contra a dengue.