A morte de um idoso de 70 anos com suspeita de Covid-19 em Criciúma, registrada nesta quarta-feira, 25, fez acionar o esquema especial de atendimento na cidade para o serviço funerário nessas ocasiões. Como manda o protocolo do Ministério da Saúde, há uma série de procedimentos diferenciados que estão sendo postos em prática. A confirmação de contaminação pelo novo coronavírus para essa vítima virá em alguns dias, conforme antecipou o diretor técnico do Hospital São José (HSJ), Raphael Elias Farias.
"É um caso suspeito. Pode ser ou não ser. Até que saia a definição do caso, nós tratamos como coronavírus", informa o empresário Paulo Reichle, proprietário da funerária que está prestando atendimento ao caso em Criciúma. A vítima deu entrada no HSJ durante a madrugada com tosse e falta de ar, e apresentava outras comorbidades.
"Todo o procedimento técnico equivale a esse outro protocolo para coronavírus, desde equipamentos, manuseio, transporte, tudo é diferente", aponta. "Nós treinamos a nossa equipe para uma eventualidade dessa, tem a orientação da Anivsa desde como pegar o corpo até o transporte para o velório", observa.
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A funerária foi comunicada desse óbito há cerca de uma hora. "É um serviço assistencial que vamos prestar, gratuito para a família, encaminhado pelo município. Trata-se de uma família desassistida financeiramente", diz Reichle.
Como funciona
"A nossa equipe vai com toda a paramentação, um equipamento, uma vestimenta especial e própria para esses casos de alta contaminação, de risco nível 3", relatou o agente funerário. "Esse corpo deve obrigatoriamente colocado em um saco plástico, já leva para o necrotério em saco, esse saco é colocado diretamente no caixão. Passa álcool 70 por fora do saco plástico, é lavado com álcool 70, fechado o caixão, lavado com álcool 70 novamente, lacrado e levado para o velório", explicou. "A orientação é que pode sepultar, mas o necessário seria a cremação, eliminaria 100% do contaminante", sugeriu.
É interesse da família, segundo informação preliminar repassada à funerária, de sepultar o idoso no cemitério do Rio Maina. Orientações diferenciadas também para o velório. "A gente trata como sendo Covid, se vai confirmar ou não, será lá na frente, então não podemos arriscar. Tratamos como sendo, e toda a tratativa é baseada nisso", reforçou Reichle. "O caixão é fechado, parafusado, a gente não põe nem tarrachas, o corpo nem foi preparado, ele vem direto do hospital para dentro de um saco plástico, do saco para o caixão, do caixão para o velório", sublinhou. "Tem que ser velório curto, com controle do número de pessoas", emendou.
O empresário observou a necessidade de um acordo com a prefeitura para flexibilizar horários de sepultamento para casos como esse. "Hoje não é permitido sepultar à noite, mas seria importante revisar isso", arrematou.