O cigarro eletrônico ou vaporizador virou um hábito que cresce significativamente, mesmo após a continuidade da proibição para importação, a propaganda e a venda de cigarros eletrônicos no Brasil, definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Consumido principalmente por jovens, o dispositivo também começou a ganhar a adesão de gente de outras faixas etárias pelo enganoso apelo de não ser tão prejudicial quanto o tabaco tradicional.
Inicialmente, esses dispositivos eletrônicos surgiram com a proposta de ser uma ferramenta para o controle do tabagismo. Passou-se a propagar que o uso seria mais seguro por não haver queima ou combustão, o que produz as milhares de substâncias cancerígenas ligadas ao cigarro comum. Com isso, os vapes encantaram jovens e pessoas que gostariam de parar de fumar gradualmente.
Ao contrário do que alguns acreditam, o cigarro eletrônico não é inofensivo. Já foi acusado, inclusive, de provocar um novo tipo de doença pulmonar, conhecida pela sigla EVALI (do inglês vaping associated lung injury), e relacionado a várias mortes.
Cigarro eletrônico faz mal à saúde?
A composição destes líquidos não é informada pelos fabricantes. Eles podem conter: glicerina, nicotina, formaldeído, metais pesados e THC, um derivado da maconha. Pesquisas apontam que os dispositivos podem, sim, fazer mal à saúde, mesmo no caso das opções sem nicotina e que possam ser menos nocivos que os convencionais.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o vapor emitido pelos aparelhos pode causar ou aumentar as chances de infecções pulmonares (como enfisema pulmonar). O órgão reforça que os dispositivos não são seguros, podendo também causar dermatite, doenças cardiovasculares e, até mesmo, câncer.
Além disso, o risco de experimentação do cigarro convencional pode ser três vezes maior para pessoas que usam cigarro eletrônico. Sendo quatro vezes maior o risco de que a pessoa se torne usuária do cigarro convencional, o que acarretaria outros prejuízos à saúde.