A frente da administração e operação do Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, desde agosto de 2013, a empresa RDL Aeroportos, de Florianópolis, vencedora do processo licitatório, poderá não comandar mais o local a partir de julho. Isto porque o contrato de terceirização dos serviços vence na metade do ano. O prazo previsto era de um ano, prorrogável por mais cinco anos.
Conforme o gerente geral da RDL Aeroportos, Fernando Castro, a empresa não foi notificada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por isso, deve surgir uma nova licitação nos próximos meses para em julho ser realizado o processo licitatório. “Eu desconheço a fundo a lei de licitação, então não sei como o governo procederia caso extrapolasse o prazo de licitação e quisesse fazer um contrato emergencial, mas isto é possível. Como o governo vai proceder, até porque trocou, aí eu não posso garantir”, ressalta.
Juntamente com o Governo do Estado, a RDL Aeroportos passou a organizar e preparar o Aeroporto Regional Sul para receber operações comerciais em outubro de 2013. Em abril de 2014 deu-se início a operação visual, e somente um ano depois foi entregue a autorização para operações comerciais com voos diários. O primeiro voo foi realizado no dia 27 de abril.
Conclusão do projeto
Segundo Castro, o projeto inicial do Aeroporto Regional Sul dividia a construção do local em três fases, sendo que até o momento só foram realizadas duas. “A terceira fase e última para finalização do projeto do Regional Sul é a construção do terminal de cargas e o aumento da pista, alargamento lateral e longitudinal, para poder receber as aeronaves maiores cargueiras. O projeto já era focado em cargas lá em 1998, porque visava desafogar os outros terminais logísticos de carga. Seria uma opção para todo o Sul do Brasil”, frisa.
O gerente relata que não possui nenhuma informação nova sobre a realização da última etapa. “Sabemos que tem o projeto, mas como anda a execução ou encaminhamento das possíveis obras não temos a informação concreta, ainda mais com a mudança de governo. Seria de suma importância à região, o estado de Santa Catarina e a RDL. O quanto antes pudesse sair melhor”, salienta. Ele estima que as obras necessitariam de um investimento de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões.
De acordo com Castro, os recursos partiriam apenas do governo estadual. “A RDL é terceirizada para administrar e operar, não investe em estrutura física, isso é com o Estado, ele é o dono e mantenedor. Em detrimento, ele fica com todas as taxas e tarifas aeroportuárias. A RDL compete receber uma medição mensal e prover o aeroporto com mão-de-obra qualificada, papelada necessária, trâmites na Anac e comandos aeronáuticos e por aí vai”, explica. O repasse mensal atual é de aproximadamente R$ 308 mil.
O gerente conta que já cobrou o encaminhamento do projeto algumas vezes, mas não pode fazer isto veemente. “Nós estamos numa posição de terceirizado, dono do aeroporto é o Estado de Santa Catarina, então a cobrança tem um limite. Não posso cobrar o meu contratante de uma forma mais apelativa. O Estado entende a importância deste aeroporto para o Sul de Santa Catarina e entende o valor agregado que a construção e ampliação trariam, mas são muitas prioridades e pouco dinheiro, não dá de fazer tudo ao mesmo tempo”, afirma.
Condições da pista
Na semana passada a pista do Aeroporto Regional Sul recebeu técnicos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, para checagem do nível de coeficiente de atrito e macrotextura. O serviço tem o objetivo de verificar a condição da pista quanto ao emborrachamento e absorção de água. A avaliação é realizada uma vez por ano em aeroportos do porte de Jaguaruna.
“Cada pouso deixa uma certa quantidade de borracha depositada na pista, se o emborrachamento estiver em um nível alto em dias de precipitação, o pneu da aeroanve não terá contato com a pista, situação ideal para ocorrer a aquaplanagem. A checagem da macrotextura diz respeito a verificar quanto de água a pista absorve durante as precipitações. Ao longo dos anos, nossa pista tem entregue ótimos níveis de atrito e macrotextura”, reitera o responsável pela infraestrutura do Aeroporto Regional Sul, Kastherner Leguizamon.