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Covid-19: Há exatos cinco meses, Santa Catarina em emergência

Secretário admite que o estado viverá mais trinta dias de crescimento nos casos. Nova portaria será lançada nesta segunda

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 17/08/2020 - 15:31 Atualizado em 17/08/2020 - 15:36
Governador assinava primeiro decreto restritivo em 17 de março, há cinco meses / Divulgação
Governador assinava primeiro decreto restritivo em 17 de março, há cinco meses / Divulgação

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Cinco meses e nada a comemorar. Pelo contrário. No dia 17 de março, o governador Carlos Moisés assinava o decreto de situação de emergência em Santa Catarina por conta da chegada do novo coronavírus. O estado ainda engatinhava em números de casos. Os dois primeiros foram reconhecidos no dia 12 de março, ambos em Florianópolis. No dia 14, houve o primeiro registro de transmissão local, em Rancho Queimado. No dia 15, o primeiro caso no sul, em Braço do Norte. 

No decreto de 17 de março, estava determinada a suspensão do transporte coletivo urbano municipal, intermunicipal e interestadual e proibição de funcionamento de comércio, academias e restaurantes. Permaneciam abertos os serviços considerados essenciais, como supermercados, farmácias, postos de combustível e distribuidoras de água e gás. “Essa é uma medida restritiva difícil, mas necessária para que a gente tenha resultados positivos e consiga conter o avanço da doença, ao contrário do que aconteceu em outros países”, reconhecia, na ocasião, o governador. 

Os primeiros casos

O primeiro caso de Covid-19 em Criciúma veio à tona no dia 20 de março. Foi uma mulher de 37 anos, diagnosticada no Hospital da Unimed e que havia viajado, não fazia muito tempo, aos Estados Unidos.

Em Santa Catarina, os dois primeiros registros foram em Florianópolis em 12 de março: o cantor Di Ferrero, de 34 anos, que havia estado em Nova York algumas semanas antes, e uma mulher de 28 anos residente na Holanda e que estava visitando sua família na Capital. A primeira morte no estado ocorreu pouco depois, em 26 de março, um homem de 86 anos em São José.

Em Criciúma, o primeiro óbito ocorreu há pouco mais de quatro meses, no começo de abril. A vítima foi o empresário Evaldo Stopassoli.

Ficar em casa

No começo da pandemia, em março, o secretário de Saúde ainda era Helton Zeferino, que acabou tragado pela crise da compra dos 200 respiradores junto à Veigamed por R$ 33 milhões, o que resultou em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa (Alesc) e fez aumentar a fila de denúncias contra o governador, rumo a um possível impeachment. Zeferino conclamava, há cinco meses, que os catarinenses aderissem ao distanciamento social. “O melhor local para ficar agora é em casa. Sem circular nas ruas, sem se expor ao convívio com outras pessoas, porque isso pode transmitir o vírus. Precisamos evitar o colapso do sistema de saúde”, registrava.

O panorama atual

Santa Catarina está, conforme o relatório divulgado neste domingo, 16, com 120.880 casos confirmados de Covid-19. Destes, 108.039 estão recuperados e 11.044 seguem em acompanhamento. A doença já causou 1.797 mortes. Todos os 295 municípios possuem casos registrados, e houve óbitos em 188 cidades. Joinville é a cidade com mais casos, com 10.124, seguida por Blumenau, Balneário Camboriú, Florianópolis, Chapecó, Itajaí, Criciúma, Brusque, São José e Palhoça.

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, reconhece que Santa Catarina ainda não atingiu o pico, e que haverá mais trinta dias de aceleração dos casos. "Não temos ainda um pico, nossos instrumentos digitais mostram que nos próximos 30 dias teremos uma aceleração. É a fotografia de hoje", reconheceu, nesta segunda, em entrevista à Rádio CBN Diário. "São 157 dias do COES, permanecemos acelerando a curva de transmissão do vírus, infelizmente. Isso tem relação direta com isolamento social, mas percebemos que tudo o que foi estruturado de serviços no Estado está sendo eficiente para o enfrentamento", opinou.

Mas Ribeiro ainda não aponta que exista um cenário de platô nos números, ou seja, de estabilização dos casos. "É fato que o número de casos tem diminuído, o de óbitos aumentou semana passada, é que o sistema foi informatizado, então buscamos óbitos lá de março. Falar ainda em platô é um pouco prematuro. Percebemos que talvez agora consigamos vislumbrar isso em um futuro próximo. Temos hoje mais de 120 mil diagnosticados e pelos cálculos, em tese, teríamos mais 1 milhão de catarinenses positivados quando atingir 20% da população se projeta uma desaceleração da contaminação", calculou o secretário.

Nova portaria hoje

Uma nova portaria com medidas será lançado nesta segunda-feira. "Hoje estamos publicando uma portaria com regramentos claros, quais as atribuições do estado e dos municípios em cada região. A partir de hoje começamos a definir matrizes e cenários, que sãop semanais, e as atitudes precisam ser a cada 14 dias, para que se tenha um cenário mais próximo da realidade", afirmou, sem antecipar quais medidas poderão ser lançadas.

Na mais recente atualização do mapa de riscos em Santa Catarina houve um salto de oito para doze regiões em estágio gravíssimo. Ingressaram na lista, na qual já estavam a região carbonífera e a Amesc, a Amurel e a Serra. Mas o Estado, conforme o secretário, segue investindo em diagnósticos. "Hoje estamos liberando 3 mil exames dia de PCR, 250 mil exames já liberados e 350 mil testes rápidos distribuídos, tem que monitorar o paciente e fazer rastreabilidade", reiterou. "É fundamental que se aumente a testagem, daqui a pouco teremos surtos virtuais, teremos que isolar os doentes e rastrear os contatos. Estamos trabalhando em ações educativas mais firmes", finalizou.

Tags: coronavírus

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