Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catariana (UFSC) vão realizar uma pesquisa em que aplicará doses da vacina tríplice viral contra a Covid-19 em profissionais da saúde da Grande Florianópolis. O objetivo é verificar se há eficácia nas vacinas, que já são comuns e utilizadas no calendário epidemiológico brasileiro. Contudo, vale ressaltar que não se trata de uma vacina que será tratada como a cura do coronavírus e sim terá um caráter de proteção emergencial, ajudando na profilaxia e no tratamento da doença.
O projeto é realizado no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC) e é coordenado pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Edison Fedrizzi. Para ele, a doença ainda traz muitas dúvidas sobre a sua atuação."É uma infecção totalmente diferente do que a gente imaginava no começo da pandemia. Nós não temos até o momento nenhum tratamento que se mostra eficaz, apenas tentativas de medicamentos que trazem polêmicas. Não temos vacinas e a expectativa é de que a gente tenha só o ano que vem. Então por mais que se fale da possibilidade desse ano é praticamente impossível quanto produção e logística", explicou Fedrizzi ao programa Agora, na Rádio Som Maior, na manhã desta quinta-feira, 6.
O grupo começou a avaliar a possibilidade de utilizar uma vacina já existente no nosso meio e que pudesse ter uma ação protetora a curto prazo contra o coronavírus. "Nós temos algumas vacinas no calendário tanto infantil quanto adulto distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização que teria essa característica de utilizar a vacina, para desencadear a primeira fase do nosso sistema de defesa que chamamos de imunidade nata, que tem a capacidade de prevenir várias infecções, não só aquelas que estão contidas na vacina. Esse tempo de imunidade é por alguns meses e quando fazemos algumas doses a mais, podemos prolongar essa imunidade contra outras infecções", comentou.
As vacinas que serão utilizadas serão da BCG, contra a tuberculose, a vacina da poliomelite e a tríplice viral, que tem essa capacidade de fazer um estímulo imunológico. "Nosso objetivo é utilizar essas vacinas que já temos, para que tenhamos uma proteção emergencial, dando tempo que tenhamos sim uma vacina específica contra o coronavírus. É o que chamamos uma proteção emergencial, que vai desencadear uma fase da nossa imunidade. Ou uma segunda possibilidade, é de que se a pessoa contrair a doença, possa diminuir a gravidade da covid-19, uma vez que sabemos que quanto maior a quantidade de vírus na nossas células, maiores os dados", enfatizou.
Conforme o professor, o estudo iniciou em Florianópolis e já conta com mais de 900 profissionais.