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Covid-19: sindicato aponta para centenas de contaminados em frigoríficos da região

Sindicalista Célio Elias afirma que há, pelo menos, 130 positivados em unidades da JBS

Por Paulo Monteiro Nova Veneza - SC, 13/08/2020 - 10:22 Atualizado em 13/08/2020 - 13:02
Foto: Divulgação
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Condições perigosas de trabalho frente à pandemia do novo coronavírus e centenas de casos já confirmados em frigoríficos da região, estão entre as reclamações do sindicato de trabalhadores do ramo alimentício no sul de Santa Catarina. Segundo o vereador de Forquilhinha, Célio Elias, que é diretor licenciado do SIndicato dos Trabalhadores na Alimentação em Criciúma e Região, somente nas unidades de Nova Veneza e Forquilhinha da JBS, já são mais de 200 servidores suspeitos e positivados para a Covid-19.

“Estamos atravessando o pior momento em relação a contaminação de trabalhadores. Nas unidades de Forquilhinha e Nova Veneza temos mais de 250 trabalhadores de cada unidade afastados, uns com constatação positiva e outros suspeitos. Acredito que, na média, o número seja de 130 a 150 positivados por unidade, fora os que tiveram sintomas”, declarou.

Célio ainda ressalta a situação de alguns funcionários de frigoríficos que, mesmo com sintomas, continuam trabalhando após o período de isolamento de 14 dias. Isso porque a empresa cobre o salário do trabalhador somente pelo prazo de 15 dias e, após isso, terminado o atestado, o servidor acaba tendo que buscar o INSS - que se encontra parado, no momento.

“Os trabalhadores estão negando que tenham algum sintoma para poder trabalhar. Como o sintoma pode estar positivo ou negativo, já que a empresa não faz o teste, muitos trabalham com dor de cabeça, falta de olfato e paladar. Essas pessoas podem estar colocando em risco uma contaminação enorme dentro dos frigoríficos”, disse.

Máscaras e condições perigosas de trabalho 

Entre as principais denúncias do sindicato em relação às condições de trabalho nos frigoríficos, está o fato dos trabalhadores terem de usar uma máscara PFF 2 por mais tempo do que o recomendado na embalagem. Na embalagem do produto, está a orientação de que a máscara seja utilizada por, no máximo, uma jornada de trabalho - enquanto os trabalhadores estariam usando por cinco dias.

“A Anvisa baixou uma nota recomendatória dizendo que essa máscara pode ser usada mais vezes, desde que não esteja úmida, suja ou rasgada. Mas essa nota é para o ambiente dos trabalhadores da saúde e não do frigorífico. Lá [nos frigoríficos] é um ambiente de umidade, água e frio e a agroindústria está exigindo que trabalhadores usem as máscaras por cinco dias. No final da jornada, são guardadas dentro de um armário. Alguns usam embalagens, mas ali ficam armazenadas as botas de trabalho, calçado e roupa. Isso pode trazer um prejuízo maior para a saúde dos trabalhadores”, pontuou.

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