Por meio dos trilhos, o trem transporta o desenvolvimento de um país. Mas, além disso, leva sonhos e a esperança de um futuro melhor por onde passa. Afinal, muitas das crianças que vivem nas comunidades lindeiras se espelham, também, na figura do ferroviário.
Basta ouvir o apito da locomotiva para que, ao longo dos mais de 164 quilômetros de linha férrea sob concessão da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), os pequenos se alegrem, tenham a curiosidade aguçada e, em muitos casos, o desejo de atuar neste modal.
Há pouco mais de três anos como ferroviário, Jabson Lima de Jesus, sabe que a profissão que escolheu influencia as crianças que vivem nas comunidades lindeiras. “Por onde passamos, os pequenos acenam e os olhos deles brilham quando veem o trem. Sei da nossa importância, e que criamos memórias em cada uma delas”, salienta.
Profissão com orgulho
Antes de sair da Bahia e chegar ao Sul catarinense, Jabson nunca havia visto um trem. Hoje, orgulha-se em dizer que é o único membro da família a trabalhar em uma ferrovia. “Quando cheguei aqui, muito ouvi da importância dos ferroviários e de como as pessoas têm orgulho de construir a vida por meio dos trilhos. Pensei: por que não tentar também”, afirma.
Atualmente, ele atua como manobrador, mas quer crescer, seguir carreira na ferrovia e tornar-se maquinista. “Ser ferroviário é motivo de orgulho. Construí a minha família aqui e tenho consciência da responsabilidade que levo sobre os trilhos. Nós somos o futuro do país”, aponta.
Trabalho fundamental
No Sul de Santa Catarina, a FTC transporta com confiabilidade o Carvão Mineral, extraído na região carbonífera, para o Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo. Além disso, também leva containers com cargas em geral ao Porto de Imbituba.
Mas, para que a engrenagem funcione, o trabalho de todos os profissionais da Ferrovia Tereza Cristina é indispensável. E, uma das pessoas que leva o desenvolvimento por meio dos trilhos é o maquinista Deivid Soares Pereira. Ele começou a trajetória na concessionária há cerca de 15 anos, como agente de estação. “Me tornei ferroviário por meio de um amigo, que já trabalhava na Ferrovia e me avisou sobre a seleção. Me sinto orgulhoso e amo o que eu faço. Ser ferroviário é representar uma classe de trabalhadores que sonham com um país melhor”, comenta.
Para homenagear estes profissionais, 30 abril é reconhecido como o Dia do Ferroviário. A escolha da data é um marco para a história do país. Neste mesmo dia, em 1854, a primeira linha ferroviária brasileira, a Estrada de Ferro Petrópolis, foi inaugurada.
Segundo o diretor-presidente da Ferrovia, Benony Schmitz Filho, todo o progresso e humanização do setor foi possível devido ao envolvimento e determinação de pessoas, que acreditam na Ferrovia como agente propulsor do desenvolvimento econômico e social do país. “A FTC tem orgulho de ser feita de pessoas comprometidas, conscientes de sua importância na sociedade. Formamos uma grande equipe, feita de mãos que trabalham e de sorrisos que alimentam nossos trens, dando vida ao sonho de transportar com ética e responsabilidade socioambiental”, reconhece.