Para marcar a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Diamante Geração de Energia prestou contas à sociedade com o lançamento do Relatório Socioambiental na tarde desta segunda-feira, dia 6, no Auditório do Parque Ambiental Encantos do Sul. O documento de 60 páginas foi apresentado pelo CEO da Companhia, Pedro Litsek, a autoridades, ambientalistas, funcionários do setor e à cadeia de carvão mineral de Santa Catarina.
O Relatório ilustra a preocupação da empresa gestora do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda com o seu papel no meio ambiente e na sociedade, em especial os moradores da região Sul do Estado. "Nossos dados relativos às emissões das unidades são enviados de forma instantânea para os órgãos ambientais e, na sequência, para as prefeituras e Câmaras de Vereadores de Capivari de Baixo e de Tubarão", lembrou o dirigente da Diamante.
Litsek explicou que o Relatório explicita as expectativas de desenvolvimento sustentável defendidas pela empresa, tanto externas quanto internas, envolvendo colaboradores, stakeholders, fornecedores, clientes e o público em geral.
Após o lançamento do Relatório, foi apresentada a palestra "Transição Energética Justa: Marco Legal", exposta pelo engenheiro Fernando Luiz Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM). O líder da entidade fez questão de gerar reflexões da plateia ao enumerar as ações que estão previstas para que a transição energética com emissão de baixo carbono seja acompanhada por todos os setores. "Precisamos criar ecossistemas de inovação", sugeriu. "Temos de pensar em novos produtos, negócios, infraestrutura, em cultura e turismo", complementou.
Dirigindo-se aos assistentes, Zancan perguntou: "O que a Ferrovia Tereza Cristina poderá estar transportando em 2040, além do carvão?". Depois de alguns segundos sugeriu uma resposta ainda em forma de pergunta: "Fertilizante? Com certeza é uma alternativa".
Após a palestra, o debate sobre Transição Energética trouxe ao palco – além de Zancan e Litsek -, o deputado federal Ricardo Guidi, responsável pela emenda no Projeto de Lei 712/2019 que garantiu a continuidade das operações do setor carbonífero até 2040. O ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Sustentável e responsável pelo projeto de lei que deu origem à primeira Lei Estadual de Transição Energética, Luciano Buligon, também compôs a mesa, junto com o prefeito de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa. O jornalista Ruy Barata Neto foi o mediador do debate.
Buligon, falou que a Transição Energética Justa precisa "estar na boca das pessoas, nas universidades, nos trabalhos de conclusão de curso, dentro de todas as casas". E continuou: "Quando falamos TEJ, precisamos entender que ela começa com a gente, com a separação do lixo em casa. Se você separa, já está contribuindo de alguma forma", completou o ex-secretário.
Seguindo a linha de reflexões propostas pelo engenheiro Zancan, o deputado Guidi também deixou uma pergunta no ar: "Sabemos da importância do Complexo Jorge Lacerda, que responde pelo equivalente a 25% da necessidade de energia de Santa Catarina. Dessa forma, podemos simplesmente fechá-lo?", questionou.
O prefeito de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa, município que nasceu no entorno da unidade energética e tem sua vida econômica ligada ao Complexo, agradeceu pelo evento e pelas boas notícias que o setor tem revelado. "Até o ano passado tínhamos um cenário catastrófico, mas precisamos continuar trabalhando. O município precisa se preparar para outras matrizes econômicas e a transição energética nos dará, com certeza, mais esta oportunidade de evoluir", disse Corrêa.