Não tem outro resultado possível. A Copa do Brasil é uma competição mata-mata e hoje, quando o árbitro Adriano Milczvski apitar o fim de partida, ou Criciúma ou Oeste estará eliminado da competição. Os motivos para o Tigre sair com a vitória já estão expostos: classificação, R$ 1,4 milhão no caixa e tentar espantar, de alguma forma, a má fase. Só que, ao mesmo tempo, a equipe carvoeira defende a sua história.
Quando a bola rola pela Copa do Brasil, o clima na cidade muda. Os pensamentos da torcida logo remetem ao ano de 1991, quando, de forma invicta, o Tigre levantou a taça que mais se orgulha de mostrar. Aquela que o capitão do time à época, Itá, levantou naquele 0 a 0 contra o Grêmio, no Estádio Heriberto Hülse que decretou a vitória do Tigre, já que havia empatado a partida de ida em 1 a 1.
“Não tem dinheiro que pague esse momento. A cada vitória ou empate na competição a gente comemorava muito”, relembra Itá. Com o título na carreira, o ex-jogador é a pessoa certa para falar como se joga uma competição como essa. O momento do Criciúma não é bom. A equipe começa mais uma temporada sem grandes resultados e um mal resultado diante do Oeste, pode provocar mudanças na equipe do Tigre.
“Agora é hora para esquecer tudo. A gente disputava competições paralelas, mas pela Copa do Brasil a gente deixava de lado isso. Copa do Brasil é mata-mata é concentração no objetivo”, destaca o eterno capitão do Criciúma.
Trabalho psicológico
O Criciúma teve pouco tempo de preparo. Na última semana foram longas horas de viagem para enfrentar o São Raimundo, no Pará, e depois o Joinville, no Norte de Santa Catarina. “Mas essa competição não é decidida pelos treinos”, comenta Itá. “Agora o momento é psicológico. É o time se reunir, o capitão cobrar e preparar a equipe. Deixar o nervosismo de lado e ganhar o jogo”, frisa o ex-jogador.
Foi desta forma que o Criciúma fez história há 28 anos atrás. “Eu tinha essa responsabilidade no nosso tempo. Junto com mais três ou quatro a gente pegava firme, conversava com cada um. Chegava no técnico e perguntava se ele tinha notado algum atleta disperso. Uma competição como essa, se vence no vestiário. Se funcionar ali, dentro de campo não vai ter problema”, relata.
Na opinião do capitão do título de 91, o jogador hoje em dia precisa entender a possibilidade de marcar seu nome na história. “Era esse nosso pensamento. Tanto é que até hoje somos lembrados. Tínhamos uma ligação tão forte com o clube, que até hoje tem pelo menos sete ex-jogadores que escolheram morar aqui na cidade”, evidencia Itá.
A inspiração para o elenco atual
A derrota é o resultado que nenhuma das equipes querem na partida de logo mais. Diante da sua torcida, o Criciúma espera vencer e convencer. E é justamente na sua história que o Tigre espera se espelhar. “Com certeza é uma responsabilidade pela história linda do clube. A gente respeita muito essa história. Temos o Wilsão aqui que participou disso, que desfrutou deste momento”, diz Doriva.
Se o momento não é bom, a equipe que teve Itá, Sarandi, Grizzo, Wilsão, Alexandre Pandóssio, Soares e outros serve como exemplo. “Servem de inspiração para nossos atletas. Eu diria que a gente sabe que é uma competição dificílima hoje. Mas temos que fazer o máximo para chegar o mais longe possível”, acrescenta o treinador.
“Se eu pudesse entrar no vestiário, eu diria para os jogadores focarem no jogo, ter confiança. O Criciúma, com todo respeito ao Oeste, é muito maior. Os atletas precisam entender isso. Só assim sairão vencedores”, afirma Itá.