Verão, calor escaldante e céu azul. Mas nem tudo é quente no litoral do Sul de Santa Catarina. Os termômetros da Epagri registraram nesta semana, em Imbituba, a temperatura do mar mais baixa de 2023.
É a própria Epagri quem explica a razão dessa aparente contradição. De acordo com os pesquisadores Matias Boll, Carlos Eduardo Araújo e Argeu Vanz, isso acontece quando as águas frias e profundas afloram na costa. Esse fenômeno se chama "ressurgência costeira" e é comum no litoral Sul no verão. A causa é a atuação do vento nordeste por muito tempo consecutivo, que leva as águas superficiais (mais quentes) para longe da costa e faz as águas frias das profundezas alcançarem a superfície.
No litoral Sul, a temperatura superficial do mar começou dezembro na marca dos 23°C, mas reduziu rapidamente a partir do dia 13, chegando a 16,4ºC em Imbituba nessa quarta-feira (20).
Os pesquisadores da Epagri citam que qualquer água abaixo de 21°C deve ser tratada com cuidado. Essa recomendação é do Centro Nacional para a Segurança em Águas Frias, nos Estados Unidos, baseada em estudos sobre o impacto da água fria na respiração. O choque térmico é especialmente perigoso nos dias quentes e abafados, quando o banhista sai da areia suando direto para um mergulho numa água fria. O Comitê Olímpico Internacional (COI) exige que a água esteja entre 25°C e 27,7°C nas competições de natação.
De acordo com a Epagri, o fenômeno ressurgência é passageiro e a temperatura pode voltar à normalidade a qualquer momento - inclusive isso pode já ter acontecido. No site da Epagri, é possível acompanhar a previsão da temperatura do mar.