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Encontro na OAB tratará desigualdades raciais, de gênero e orientação sexual na advocacia

Ordem dos Advogados realiza encontros por todo o país e Criciúma o receberá nesta quinta-feira

Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 27/11/2019 - 09:15 Atualizado em 27/11/2019 - 19:09
Sílvia Cerqueira ressaltou as desigualdades presentes no Brasil (Foto: Heitor Araujo)
Sílvia Cerqueira ressaltou as desigualdades presentes no Brasil (Foto: Heitor Araujo)

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Ocorre na quinta-feira, 28, em Criciúma, o 1º Encontro Regional Sul Promoção da Igualdade: o Advogado, a Democracia e as Ações Afirmativas, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no município, a partir das 9h. O evento tratará sobre os preconceitos enfrentados pelas mulheres, negros, LGBTs e pessoas com deficências na advocacia, ampliando o diálogo sobre o assunto na sociedade brasileira.

A OAB realizará os encontros por todo o Brasil. A Região Sul é a terceira a receber o debate no país; já foram realizados no Sudeste e no Centro-Oeste. A presidente da Promoção de Igualdade da OAB, Sílvia Cerqueira, falou ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, sobre a importância deste encontro, com as ações afirmativas em pauta desde 2007 na Ordem.  "Essa é uma demanda que o conselho federal vem assumindo. A gente tem uma herança nefasta deixada pela escravidão e isso repercutiu em todas as áreas. Na advocacia não poderia ser diferente", destacou. Às vezes a advogada negra entra na audiência e é confundida como testemunha, tudo menos advogada do processo. Ou dizem 'você não tem cara de advogada'. Há mais de 100 anos da abolição da escravatura, não é mais possível que encontremos coisas desse tipo. Por isso existe a comissão da igualdade na OAB", acrescentou Sílvia.

A advogada fará a abertura do evento. Na sequência, a primeira palestra falará sobre as mulheres no mercado de trabalho do Direito, com Mônica Ovinski de Camargo Cortina. À tarde, a primeira palestra será uma perspectiva sociojurídica sobre as ações afirmativas de igualdade racial, com o palestrante Andriw Loch.

"A dificuldade é geral. Ela se apresenta em todos os lugares onde tenha operadores do direito negros. Aqui, por exemplo, temos um contingente de 20% da população de Criciúma de negros. Essa resistência é encontrada em qualquer área. É uma herança nefasta. As pessoas dizem 'eu acho que a questão é de méritos, meritocrática', mas eu acho que o mérito é coisa do Napoleão, na França. A gente tem estudos que mostram que se você não tem iguais oportunidades, não vai conseguir chegar lá na ponta de forma igual. E se conseguir chegar, vai ser exceção e não regra", complementou Sílvia

Sílvia terminou falando sobre as dificuldades que os negros encontram na sociedade brasileira e ressaltou a importância das ações afirmativas para buscar a igualdade no país. "Sou surpreendida com pessoas que falam que eu conquistei, mas não é só eu. A gente quer que a escravidão que deixou esse fosso, a existência de dois brasis, um de pessoas rica e bem sucedidas e outro de pessoas pobres, miseráveis, sem oportunidade de trabalho e moradia, dê lugar a apenas um Brasil. Cotas é um assunto interessante que deve ser debatido. As pessoas pensam que é um privilégio para privilegiar, mas não é. É um privilégio para igualar", finalizou. 

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