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Especialistas seguem na busca por vacinas e medicamentos contra coronavírus

No entanto, é difícil estimar quando resultados positivos serão encontrados

Por Heitor Araujo 10/05/2020 - 12:03
Foto: Divulgação
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A procura por vacina e remédios contra o coronavírus segue no mundo científico, ainda sem qualquer previsão de quando poderá sair. A cloroquina, apontada inicialmente como a maior esperança de medicação, mostra-se ineficaz contra a Covid-19. Nos Estados Unidos, estudos feitos com o antiviral Remdesivir despertam confiança. No entanto, para o especialista Márcio Sommer Bittencourt, especialista em saúde pública, o método mais eficaz contra o coronavírus será encontrar uma vacina.

Porém, é um processo complicado. "Tem vacina começando a ser testada em humanos, normalmente a gente testa se ela é segura, não tem efeito colateral, e depois a eficácia. Agora estão tentando fazer ao mesmo tempo para agilizar, mas o único jeito de testar é aplicar a vacina e expor ao vírus, isso demora semanas, para achar pessoas e esperar respostas", estima o médico, doutor em saúde pública pela USP.

"Muitas vezes constrói a vacina e ela não funciona. Tem mais de 100 em testes, provavelmente ache alguma. Deve levar alguns meses. Se vai ser setembro ou ano que vem, é difícil dizer", aponta Márcio. "Algumas vacinas você tem que desenvolver e fazer a partícula crescer, você usa milhares de ovos para inocular, não é só ir na esquina comprar um monte de coisa e faz. É uma linha de produção demorada", acrescenta.

Também não se sabe quanto tempo dura o anticorpo contra o vírus, mesmo no caso de pessoas que o contraíram e expeliram do organismo. É incerto o grau de proteção contra uma reinfecção, apesar de estudos apontarem que há sim uma certa imunidade contra reinfecção.

"Tem vírus que a gente vacina uma vez na vida e dura para sempre. Outras têm que ficar repetindo, como a vacina da gripe. Aparentemente, os dados iniciais sugerem que quem pegou e desenvolveu o anticorpo estaria imune, pelo menos nessa parte inicial. Se a imunidade dura para a vida inteira ou se pode voltar a pegar, a gente não sabe. Não sabemos se é parcial ou completo", afirma Márcio.

O médico falou sobre os desafios de elaborar medicamentos antivirais contra o coronavírus. "Saiu estudo que a cloroquina não funciona nada. Mesmo que funcionem bem, a história dos antivirais é reduzir um pouco a duração da doença, a mortalidade e melhorar um pouco a perspectiva dos graves. Não é tomar um remédio e curou. Mesmo a medicação boa, não vai resolver completamente o problema. Se a doença continuar se espalhando na comunidade, não vai ser controlada com a medicação lá na ponta no hospital", afirma.

De acordo com Márcio Bittencourt, estudo norte-americano com o Remdesivir aponta para a redução de 11% para 8% de mortalidade da Covid-19, comparação entre o grupo controle e o que foi medicado. Há, ainda, redução de 15 para 11 dias de internação na UTI. 

"A perspectiva de vacina muito logo sendo usada na prática, é difícil. Sendo testada e funcionando, aí sim um pouco mais cedo", concluiu o médico. 

Tags: coronavírus

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