Estiagem pode trazer prejuízos à agricultura do Sul

A alta temperatura e a baixa precipitação podem afetar algumas produções no sul catarinense. As culturas que podem apresentar maiores problemas são as de maracujá e de fumo, devido às dificuldades para o plantio e na colocação de herbicidas e adubação, decorrentes da falta de água.

A avaliação da Epagri é de que algumas lavouras já sofreram prejuízos, especialmente aquelas que não aproveitaram os períodos de chuvas para plantar e colocar os defensivos. Para esta semana, a chuva pode cair com força, mas a tendência para a primavera é de precipitação abaixo da média e de alta temperatura.

Por isso, o fumo e o maracujá podem apresentar resultados abaixo da média na região. Outra cultura que pode sofrer com a estiagem é a do arroz.

Irrigação

Reginaldo Ghellere, engenheiro agrônomo da Epagri, propõe uma reflexão aos produtores: o investimento em sistemas de irrigação e de reservação de água. “É um investimento que se faz. Às vezes o produtor fica inseguro por perder aquela área de produção, mas ele vai ganhar em outras. Além de diminuir os conflitos e o estresse na espera pela água. Não se pode contar só com o tempo, pois as estiagens sempre podem chegar”, avalia.

De acordo com Reginaldo, o governo Federal dispõe de financiamentos com juros baixos para sistemas de irrigação. O governo do Estado, por sua vez, assume o pagamento desses juros de 3% do Programa Irrigar.

Em relação ao plantio de arroz, a solução seria a construção de reservatórios de água, também com os juros subsidiados pelo governo do Estado. “Faz-se um reservatório de um hectare pelo preço de R$ 30 mil e ele irriga uma área de 15 a 20 hectares”, estima Reginaldo.

Sem problemas

A situação mais complicada é para os produtores de fumo e maracujá em áreas mais próximas ao mar, região em que o solo é mais arenoso e seco. Para os que plantam mais próximo à Serra, os problemas devem ser mínimos. 

Por outro lado, produtores de milho e bananas não devem sofrer com a estiagem e nem com a alta temperatura.

A avaliação final da Epagri é de que, mesmo com a chuva abaixo da média, a produção final da safra de verão pode permanecer dentro da normalidade, com prejuízos pontuais a produtores que perderem a época de chuva para a plantação.