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Fechamento da Engie também é problema do Governo Federal e Estadual, diz Zancan

Desativação do complexo de Capivari de Baixo poderá causar a perda de milhares de postos de trabalho na região

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 09/12/2020 - 11:59 Atualizado em 09/12/2020 - 12:00
Foto: arquivo / 4oito
Foto: arquivo / 4oito

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O recente anúncio de que a Engie, empresa nacional do setor energético, estaria desativando o complexo de carvão mineral instalado em Capivari de Baixo, causou grande preocupação para a região sul. A desativação causaria o fechamento de milhares de postos de trabalho na região e uma perda de R$ 6 bilhões anuais para Santa Catarina. De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, a desativação do complexo é também um problema do Governo Federal e Estadual.

“Este é um processo que vem se estendendo há tempos. O setor vem trabalhando desde 2011, falando na necessidade de modernizar o parque [Jorge Lacerda, tocado pela Engie], de ter alternativas, mas a política do governo federal é totalmente errática em relação ao carvão. Uma hora vai pra leilão, depois sai. Uma hora o BNDES financia, outra hora não, essa política afasta o investidor, e por isso não conseguimos viabilizar o projeto térmico que temos desenvolvido há bastante tempo na região”, disse Zancan.

A discussão do futuro do carvão na região vem ocorrendo com maior intensidade desde 2017, quando a Engie colocou à venda o complexo Jorge Lacerda, por conta de uma estratégia empresarial de se descarbonizar a nível mundial. A empresa, que tinha vários ativos de carvão no mundo inteiro, vem se desfazendo deles e, agora, colocou a público que se não conseguir vender os ativos, deverá fechar o complexo.

A venda dos ativos fica ainda mais difícil por conta do fim da cota de desenvolvimento energético, um subsídio federal que se encerra em 2027. Com isso, a Engie teria três alternativas em relação ao complexo Jorge Lacerda. “Ou ela prossegue no processo de venda e consegue vender, o que acha difícil, ou coloca em discussão para que haja um acordo com a Eletrosul, ou começa a desativar a primeira usina, as duas primeiras máquinas, já em 2021”, pontuou Fernando.

O impacto econômico e social que o fechamento do complexo, ou a não resolução rápida de sua venda, traria para a região acabaria causando prejuízos a nível federal e estadual. Isso porque seriam 21 mil pessoas desempregadas, uma perda de R$ 6 bilhões e, também, o possível desativação da própria ferrovia que, atualmente, no sul do estado, tem 97% de sua carga voltada para o complexo. 

“É preciso fechar uma equação junto com o Governo Federal, porque tá na mão dele essa decisão, esse é o assunto que estamos trabalhando a partir de agora. É um problema do Ministério da Economia, do Ministério do Transporte, do Ministério de Minas, um problema do Governo Federal e Estadual também, porque afeta diretamente a economia do estado”, ressaltou Zancan.

O papel do Governo Federal para minimizar os prejuízos e impedir o fechamento do complexo, seria não somente de alterar a lei para garantia da cota para além de 2027, como também fechar um acordo de compra com investidores que possibilite a venda do parque, diminuindo os riscos da negociação. “Se ele entra fazendo isso e articulando, é possível ter um novo dono, que precisa de condições de comercializar sua energia, porque isso também está na mão do governo”, afirmou.

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