Os efeitos da crise internacional com a disparada no preço do barril do petróleo estão efetivamente chegando. A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) reajustes nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha. Os reajustes serão aplicados nos valores para as distribuidoras, e são de 18,8% para a gasolina, 24,9% para o diesel e 16,1% no gás de cozinha.
Traduzindo os percentuais em números absolutos, os reajustes médios são de R$ 0,54 no litro da gasolina, R$ 0,81 no litro do diesel e R$ 8,06 no botijão de gás. "Com isso, corremos o risco de o litro da gasolina passar dos R$ 7 e o do diesel se aproximar dos R$ 7", advertiu o empresário Beto Benedet, proprietário de postos de combustíveis em Criciúma.
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Em comunicado, a Petrobras informou que "após 57 dias sem reajustes, a partir de 11 de março a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras". Esse preço médio nas distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 no litro da gasolina, R$ 3,61 para R$ 4,51 no litro do diesel, além do salto de R$ 3,86 para R$ 4,48 no quilo do gás de cozinha, saltando o botijão de 13 quilos para R$ 58,21. "Mas esses são os valores de repasse da refinaria para a distribuidora", lembrou Benedet.
"Antes de chegar essa informação hoje pela manhã, nós já compramos diesel mais caro. A Petrobras vem aumentando às vezes sem aumentar, o meu custo de diesel hoje já estava 45 centavos mais alto", contou Benedet.
A gasolina vem sendo vendida, na manhã desta quinta, a uma média de R$ 6,18 nos postos de Criciúma. Se for aplicado o ajuste, o litro poderá chegar a R$ 7. "Ou até mais, se for o ajuste colocado pela Petrobras mais a margem do distribuidor e do revendedor", explicou Benedet. "Estão falando, no fim das contas, em mais 90 centavos no óleo diesel e 65 centavos na gasolina. Se repassar o percentual todo, pode chegar a até R$ 7,40 o litro", projetou o empresário. "O diesel, antes do aumento, estava R$ 5,40, chegou a R$ 5,70 o litro e agora, poderá passar de R$ 6,50", colocou Benedet.
Os revendedores ainda estão em dúvida sobre o volume do repasse para o consumidor final. "Como já encontramos combustível na distribuidora mais caro hoje cedo, não sabemos ainda se ao menos parte desse novo reajuste já havia sido repassado. Estamos esclarecendo isso ainda", comentou. "Isso tudo já é efeito do preço do barril de petróleo, e como a Petrobras não está autossuficiente, as companhias estão importando diesel. E tem a pressão dos acionistas da Petrobras pelos reajustes também", destacou.
"Ontem recebi uma mensagem de um caminhoneiro lá da Bahia informando que o litro do diesel está R$ 8 lá, ele não sabe nem como fazer para voltar de viagem", finalizou Benedet.