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Governo de SC lança plano para conciliar a atividade carbonífera à redução de emissões

Satc dará apoio técnico no desenvolvimento e implantação do programa

Por Renan Medeiros 27/05/2024 - 15:36 Atualizado em 31/05/2024 - 13:02
Foto: Vitor Avila/4oito
Foto: Vitor Avila/4oito

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O Governo de Santa Catarina lançou na manhã desta segunda-feira (27), em Criciúma, o “Plano de Transição Energética Justa”. Os lançamentos foram realizados na sede da associação empresarial (Acic), com a presença do governador Jorginho Mello (PL) e do secretário de Estado do Meio Ambiente e Economia  Verde, Ricardo Guidi.

Na cerimônia, foi assinada a ordem para contratação de empresa especializada que vai elaborar estudos técnicos para desenvolvimento do plano. A elaboração é uma exigência imposta pela lei que criou a Política Estadual de Transição Energética Justa, em vigor desde 2022.

Também foi assinado um acordo de cooperação técnica celebrado com a Satc para apoio técnico e administrativo no desenvolvimento e implementação do programa de transição energética justa no polo Sul do estado.

Com isso, deve apresentar ações de curto, médio e longo prazo, viabilizando uma política permanente para redução da emissão de gases de efeito estufa, alinhada ao desenvolvimento da região.

"Nós precisamos aplicar a nossa inteligência, tanto da Satc como da Unesc, para que a gente consiga, através de projetos, criar novos produtos, fazer essa transição de uma forma gradual, tecnológica, para sair até 2040, produzindo compensações, para que a gente não abra mão dos 23 mil empregos diretos”, resumiu o governador.

Jorginho enfatizou o papel de Ricardo Guidi no desenvolvimento dessa política. Guidi, explicou que o plano prevê a realização de pesquisas e estudos com foco na sustentabilidade ambiental, sem desconsiderar os impactos econômicos e sociais.

“São mais de 20 mil empregos, que geram o sustento de mais de 100 mil pessoas. O plano prevê um novo modelo de negócio, que hoje é baseado na alta emissão de carbono, para um modelo de baixa emissão. A gente tem até o ano de 2050, segundo os protocolos assinados internacionalmente, para conseguir baixar essa emissão de carbono. Eu vejo como uma grande oportunidade. O plano vai procurar esses novos negócios para garantir e incrementar os negócios e os empregos na nossa região”, projetou Guidi.

O secretário ressaltou que o carvão mineral ainda pode ter muitas utilidades, como na produção de cimento e fertilizantes.

Ele mencionou a importância das usinas termoelétricas movidas a carvão para a segurança energética do país, destacando que, mesmo representando apenas 1,5% da matriz energética brasileira, essas usinas são essenciais em momentos de crise, como os recentes desastres no Rio Grande do Sul, onde as termelétricas garantiram o fornecimento de energia.

Desenvolvimento tecnológico

O diretor executivo da Satc e presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Luiz Zancan, enfatizou o papel do desenvolvimento tecnológico para que os objetivos traçados na transição sejam alcançados.

“Transição justa é mudar o modelo de produção sem destruir valor econômico social, ou seja foco nas pessoas. A transição energética justa é mudar o modelo de consumo de energia de altas emissões de carbono para baixas emissões de carbono. Tudo isso passa por uma transformação tecnológica ecológica que inclua novos processos que emitam menos gases de efeito estufa. Descarbonizar não é acabar com fóssil, é acabar com as emissões dos fósseis”, afirmou Zancan.

O presidente da Acic, Valcir José Zanette, manifestou preocupação quanto aos impactos socioeconômicos de uma mudança brusca na atividade carbonífera. 

“A transição energética justa é um processo essencial, inevitável sendo crucial para a sustentabilidade a longo prazo. Com uma abordagem estratégica e inovadora, os setores podem encontrar novas oportunidades de crescimento e contribuição para um futuro energético mais sustentável a partir da colaboração entre o governo, empresas e comunidades”, disse Zanette.

Prefeito critica “demonização” do carvão

O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), chamou a atenção para a necessidade de de pôr fim ao que chamou de “demonização” da atividade carbonífera. “Centenas de milhares de mineiros trabalhavam, e hoje milhares trabalham. Debaixo do subsolo aqui da região, tem quase 4 mil homens trabalhando. Eles carregam vagonetas de carvão para que seus filhos carreguem uma mochila cheia de livros”, ilustrou. 

“Criciúma está fazendo a sua parte, construindo parques em cima de árvores degradadas. Criciúma está construindo fazenda de energia solar. Mas isso é muito pouco. O que nós temos de área que permite isso daria para gerar quatro vezes mais energia que hoje é gerada pelo complexo Jorge Lacerda”, afirmou o prefeito.

Também estiveram na cerimônia o secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, o secretário adjunto do Meio Ambiente e Economia Verde, Guilherme Dallacosta, e os deputados estaduais Estener Soratto (PL), Julio Garcia (PSD) e Thiago Zilli (MDB), além da presidente da Acafe e reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.

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