Mais um impasse na saúde da região. Não é novidade que o Governo do Estado não vem fazendo os repasses em sua totalidade ao Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), que inclusive alega que não há a total prestação de contas. Mas, o que pode vir a se tornar um grave problema é que os médicos estão com seus salários em atraso, podendo acarretar em uma paralisação em breve.
"Há um boato nos corredores, estamos com um problema iminente. Estamos reestruturando a parte administrativa para atender algumas solicitações do edital. Não estamos medindo esforços, mas o repasse que tem sido feito pela secretaria para o Ideas é insuficiente", afirmou Sandro Demétrio, superintendente do Ideas, instituto gestor do HMISC. É que, com os problemas nos repasses, os salários dos médicos estão atrasados neste mês. " Eu não diria paralisação total, que seria brutal, mas podemos ter impacto na qualidade e agilidade do atendimento. Nós estamos orientando os médicos, falando, o Ideas está buscando fontes de recursos com empréstimos, financiamentos para a gente superar esse momento afim de não impactar o serviço junto à população", destacou.
Demétrio argumenta que o custo vem sendo crescente, já que a demanda está muito acima daquilo que foi contratado junto ao Estado. "O número de atendimentos que estamos fazendo tem aumentado consideravalmente. Se fazer uma comparação entre a meta de 3 mil atendimentos mensais, ela mais que dobrou, atendemos mais de 6 mil pessoas entre crianças e gestantes", relatou. "Tudo isso implica em custos operacionais. Conversamos com a secretaria, fomos bem recebidos, solicitamos uma reavaliação desse processo, isso está em análise mas não temos posicionamento sobre o pagamento de recursos adicionais para sustentar o custeio", emendou.
A resposta do Estado
O gerente regional de Saúde, Fernando de Fáveri, esteve reunido com o diretor do HMISC, Danilo Pavarine, na tarde desta quinta-feira. "O diretor do HMISC apresentou as planilhas, o atendimento é crescente, tanto no número de partos quanto no atendimento infantil", concordou. "Temos um problema para com o HMISC que é a prestação de contas, nossos técnicos estão com os do Ideas. É preciso que o HMISC preste contas e emita notas, não podemos pagar sem a devida autenticação de tudo, deve se regularizar em breve", sublinhou.
Fáveri concordou que o contrato com o HMISC precisa ser revisto. "Alguns pontos ultrapassa as metas, outras não atinge, tudo isso tem que ser revisado. O Estado vem pagando de acordo com aquilo que é produzido ou prestado contas", enfatizou. "O HMISC foi inaugurado a toque de caixa, não estava 100% concluído. Agora estamos finalizando a parte burocrática, técnica e operacional para que tudo se equalize", ampliou. O gerente entende que não haverá paralisação dos médicos. "Pedimos um pouco de paciência aos profissionais, o Estado está fazendo a sua parte e faltam algumas engrenagens a serem esclarecidas", concluiu.