O Hospital São José precisou fazer um empréstimo para pagar o 13º salário dos colaboradores. A unidade conta com 1.400 funcionários e 250 médicos. Conforme a diretora financeira da instituição, irmã Terezinha Buss, a prioridade é pagar em dia aqueles que trabalham para manter os atendimentos funcionamento plenamente.
“Final do ano é muito difícil dar o giro sem contar com outros recursos. Nós tivemos que buscar realmente, para poder honrar em dia o pagamento dos funcionários e dos médicos, alguns fornecedores estão esperando ainda. Graças a deus o pagamento de janeiro saiu em dia, acredito que até dia 20 vamos receber o faturamento do SUS”, comentou.
Para 2020, os repasses feitos pelo Governo do Estado seguirão com os mesmos valores do que em 2019, algo que garantiu estabilidade para manter o bom funcionamento do São José. Um problema enfrentado pela entidade é que os pagamentos executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ficam muito abaixo do que o hospital gasta.
“Tem exames que o SUS não paga R$ 300 e nós temos que pagar R$ 450. Tem alguns procedimentos com uma distância muito grande entre o custo real e o que recebemos”, disse. “A tabela SUS indica R$ 10,00 a consulta, desde 2010, se pegarmos a inflação, teríamos um valor bem mais atrativo”, completou a irmã.
Além de pagar pouco, o SUS também não oferece recursos pelo espaço utilizado no São José, itens como água, espaço e energia são oferecidos, sem receber nada por isso. Como o Hospital São José é creditado com nível 2, os pagamentos são melhores.
“A nossa principal questão é manter a folha em dia com os colaboradores e com os médicos, porque senão, como o hospital se mantém? São 1.400 funcionários e eles fazem a vida acontecer aqui dentro, sem eles não seriamos nada, por isso damos essa prioridade. E o estado manteve o pagamento que tínhamos até o fim do ano passado”, contou a irmã.
Como ficou após a inauguração da UPA?
Diferente do imaginado, a inauguração da UPA da Próspera não reduziu os atendimentos no hospital. “No momento em que a UPA foi aberta, foram 3 mil e poucos atendimentos, hoje nós temos mais de 5 mil atendimentos por mês, isso quer dizer que o povo precisa aprender a buscar primeiro as UPAs e os postos de saúde, para depois vir ao hospital”, revelou a irmã
A maternidade do Santa Catarina
Se UPA não ajudou a reduzir os atendimentos, a abertura da maternidade no Hospital Infantil Santa Catarina (HMISC) foi importante. “Os procedimentos pagos pelo SUS pela maternidade, são muito pequenos, então eu acho que com isso o hospital conseguiu avançar em alguns outros procedimentos e exames, foi possível adequar espaços, mas também não era justo continuar recebendo os R$ 125 mil”, comentou.