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Identificada jovem baleada durante operação da Polícia Civil em Criciúma

Estudante continua internada no Hospital São José

Por Bianca Mesquita 22/03/2025 - 12:17 Atualizado em 22/03/2025 - 22:02

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Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, foi identificada como a jovem baleada na cabeça durante uma operação da Polícia Civil no bairro São Sebastião, em Criciúma, na tarde de sexta-feira (21). Estudante de Odontologia na Unesc e torcedora da Barra Os Tigres, Thamily permanece internada no Hospital São José. Conforme informações oficiais do hospital, ela apresentou quadro de morte encefálica desde a noite de sexta-feira, mas ainda continua respirando.

O incidente ocorreu durante uma tentativa de cumprimento de mandado de prisão contra o namorado de Thamily, suspeito de tráfico de drogas e organização criminosa. Segundo a Polícia Civil, o casal estava em um carro de aplicativo no momento da abordagem. O motorista do veículo teria tentado fugir ao acelerar de marcha à ré na direção dos policiais, levando um dos agentes a disparar. O tiro acabou atingindo a jovem, que estava no banco de trás do carro.

Delegado André Milanese em comunicado informou:
"Referente ao estado de saúde da Thamily, a informação oficial do hospital é que ela apresenta, desde ontem à noite, quadro de morte encefálica, mas continua respirando. Quando a Polícia Civil for oficialmente noticiada do falecimento será comunicado"

A defesa do motorista se manifestou em Nota Oficial: 

O motorista realizava uma viagem de um casal, um homem e uma mulher. Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro. Diante da aparente tentativa de assalto, ele deu ré, mas, impedido por um veículo atrás, tentou desviar e, nesse momento foi atingido por uma segunda viatura.

A colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira, uma jovem de 23 anos. Os agentes prenderam o passageiro em cumprimento de mandado de prisão, a passageira foi socorrida pelo SAMU, e o motorista acompanhou os agentes até a delegacia para prestar depoimento. Lá se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais, sendo que, no momento da suposta tentativa, o mesmo sequer sabia que aquelas pessoas eram ditas pessoas de bem.

Durante a investigação, todos os envolvidos foram ouvidos, exceto a policial que efetuou o disparo fatal contra a jovem. Além disso, outra situação que causou estranheza, foi o fato de uma testemunha que não só presenciou os fatos como registrou em seu celular, ter sido abordada por um agente policial, que o obrigou a entregar seu telefone, sendo devolvido apenas sob a condição de apagar toda e qualquer imagem relacionada a trágica ocorrência.

Porém, talvez essa nota de nada de sirva, porque ao que tudo indica tanto o delegado que responde pela investigação, quanto seu superior, o delegadogeral de Santa Catarina, já sentenciaram o motorista como culpado por uma tentativa de homicídio e desobediência de ordem policial. Diante disso, a defesa espera que o Poder Judiciário possa ser o verdadeiro fiel da balança, para que o motorista tenha a oportunidade de ampla defesa e contraditório, de modo que a investigação policial e o processo penal não sejam meras formalidades, podendo assim ele ter seus direitos fundamentais resguardados.

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