A equipe de pesquisadores do ProFranca (Projeto Franca Austral), em Imbituba, registrou o primeiro filhote desta temporada, na praia de Ibiraquera, na última quarta-feira (19). O filhote é bastante pequeno, com características de recém-nascido. A mãe já é velha conhecida da equipe, catalogada em 2003 com o código B257.
A baleia já teve anteriormente dois filhotes em águas catarinenses – em 2015 e 2021. O projeto registrou o animal logo após sua chegada, em 11 de junho, sozinha. E agora, oito dias depois, já com o filhote recém-nascido.
Os pesquisadores foram surpreendidos em 24 de maio, com os primeiros avistamentos, bem mais cedo que em anos anteriores. Segundo o cálculo mais recente, já são dez baleias foto identificadas, seis delas já conhecidas e quatro ainda não registradas, incluindo uma avistada em Arraial do Cabo (RJ), pelo Projeto Baleia Jubarte, e duas recém avistadas em Ilha Bela (SP) pelo Projeto Baleias a Vista.
“Neste grupo, são ao menos seis fêmeas. Sabemos disso porque já tiveram filhotes na nossa costa, sendo o mais recente de 2021, o que completa o ciclo de três anos de retorno”, explica Karina Groch, diretora do ProFranca, que tem patrocínio da Petrobras.
Em Santa Catarina, cujo litoral é o que mais recebe a visita dos cetáceos, elas já foram vistas em Imbituba, Laguna, Florianópolis e Garopaba.
“Elas chegaram mais cedo, o que nos traz alegria pela presença que, provavelmente, pode ser o reflexo de trabalhos incessantes para sua conservação, já que foram quase extintas há 40 anos pela caça desenfreada”, comemora Karina.
Porém, ela é prudente para explicar esta antecipação e se a temporada – oficialmente entre julho e novembro – registrará um grande número neste ano. “Além da proteção da espécie, o fenômeno El Niño pode também ser um fator que já estamos estudando com afinco”, explica.
Os estudos serão incrementados em breve. Neste ano, uma equipe de 33 pessoas - entre biólogos, coordenadores, administradores, pesquisadores, comunicadores, e estagiários – faz o monitoramento. Os mamíferos frequentam o litoral brasileiro especialmente para gerar seus filhotes e amamentá-los em enseadas com águas mais quentes e seguras.
Diante das visitas, são realizadas diversas ações, de pesquisa, monitoramento aéreo, embarcado e por terra, a avaliação das enseadas mais importantes, da interação com a pesca, e a influência da presença desses animais para a preservação dos oceanos.