As investigações da Operação Benedetta, que resultou no cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão em cinco municípios do sul catarinense e afastamento do prefeito de Urussanga, Gustavo Cancelier, ainda não acabaram. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Daniel Reschke, as provas colhidas na ação desta quinta-feira, 20, ainda serão avaliadas, assim como a possível existência de outras irregularidades.
A operação da PF partiu de uma denúncia sobre suspeita de desvios de recursos públicos em obras realizadas em Urussanga. Em um primeiro momento, a investigação se concentrou em uma obra de R$ 1 milhão em que, segundo Daniel, apurou-se a existência de indícios de um superfaturamento de aproximadamente R$ 300 mil.
“Essa obra faz parte de um conjunto de outras obras, que somam aproximadamente R$ 15 milhões. A investigação agora procede para verificar se nessas outras obras ocorreram desvios de recursos similares ao que identificamos nessa primeira”, pontuou o delegado.
Iniciada em setembro do ano passado, as investigações apuram recursos encaminhados ao município em 2019 e 2020. Entre os pontos apurados, chama a atenção o pagamento pelo serviço com máquinas que não foram utilizadas na obra.
Além de Urussanga, Orleans, Tubarão, Siderópolis e Criciúma também foram alvos de mandados da PF. “Nessas outras cidades, normalmente tínhamos alguns investigados, documentos e empresas que prestaram serviços para o município, por isso as buscas”, ressaltou Daniel.
A ação da PF foi finalizada ainda no período da manhã. Por volta das 11h, o vice-prefeito de Urussanga, Jair Nandi, foi comunicado sobre o afastamento temporário do prefeito e iniciou as medidas cabíveis que resultaram em sua posse.
“A partir daí começamos a dar sequência no trabalho do paço municipal, tanto protocolar internamente as partes burocráticas, para não prejudicar o andamento dos trabalhos em curso, como obras, e atendimentos de serviços a toda população”, destacou o vice-prefeito.