A preparação do Figueirense para a partida contra o Cuiabá não poderia ser pior. Na verdade, não houve preparação e pode ser que nem aconteça a partida. Na capital mato-grossense, os jogadores do time do Estreito exigem o pagamento do salário de julho, que deveria ter sido depositado até o quinto dia útil de agosto, para entrar em campo.
A situação é delicadíssima. O elenco principal e o sub-20 estão de greve desde sexta-feira. A categoria de base já deixou de treinar porque o clube não disponibilizou ônibus para o transporte do alojamento ao Centro de Treinamento. E o time principal parece ter perdido a paciência. Além do salário, os direitos de imagem estão três meses atrasados e a direção não deposita o fundo de garantia.
Jogadores alegam promessas descumpridas e ameaças. A informação é de que a diretoria faz uma espécie de caça às bruxas no Scarpelli, tentando descobrir as lideranças que convocaram a greve.
Por outro lado, o elenco permanece unido. Todos os atletas publicaram a hashtag #somostodoslíderes. No domingo, a diretoria lançou um comunicado prometendo mais uma vez pagar os salários, mas para o dia 28 de agosto.
Os jogadores temem rescisão de contato e demissão por justa causa. A exigência é para que o pagamento seja feito nesta terça-feira. Do contrário, a partida marcada para as 21h30 pode não acontecer e o Figueira perder por W.O. Se ocorrer duas desistências seguidas, o clube é eliminado da competição e rebaixado para a Série D.
Antônio Lopes, diretor de futebol do Figueirense, demonstrou confiança na manhã desta terça-feira. "Eu acho que sim, não tem problema nenhum", falou o diretor, quando perguntado se os jogadores entrarão em campo contra o Cuiabá.
Em Cuiabá de plantão na concentração do #Figueirense. Atletas não vieram ao saguão e até o momento não realizaram comunicação oficial. Diretor Antônio Lopes afirmou rapidamente que acredita que o time estará em campo diante do #Cuiabá. pic.twitter.com/HUa9BT6nRE
— Kadu Reis (@kadureiss) August 20, 2019