A primeira fase da operação “Tempus Veritatis” deflagrada pela Polícia Civil de Laguna, que busca desarticular um esquema de corrupção eleitoral envolvendo a compra de votos no município, flagrou um candidato a vice-prefeito de Laguna com cerca de R$ 18 mil em espécie, além do material de campanha.
A operação teve a participação da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, em conjunto com a Delegacia de Combate à Corrupção (Decor/Sul), a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) e a Delegacia de Polícia da Comarca (DPCO) de Laguna .
Segundo informações da Polícia Civil, a primeira fase teve como alvo um sítio que pertence a um ex-agente político de Laguna, local que, segundo a investigação da PC, era utilizado para ocultar expressivas quantias em dinheiro destinadas à cooptação ilícita de eleitores para um determinado partido político.
“Apesar de os principais suspeitos terem deixado o local às pressas, alertados por um aparente vazamento da operação, a ação policial não foi em vão. Os agentes conseguiram identificar candidatos, agentes públicos e até mesmo policiais supostamente envolvidos no esquema criminoso”, disse a Polícia Civil em trecho da nota.
No sítio, conforme a Polícia Civil, foram apreendidos documentos cruciais que apontam para a possível prática de corrupção eleitoral, envolvendo envelopes com valores anotados e listas contendo informações nominais de possíveis eleitores aliciados.
Em uma ação conjunta com a Decor/Sul, dois veículos, alvos da denúncia de distribuição indevida de dinheiro, foram abordados simultaneamente pelos policiais. Em um dos carros, os policiais encontraram um candidato a vice-prefeito com cerca de R$ 18 mil em espécie, além de material de campanha. A Polícia Civil diz que o dinheiro seria utilizado para a compra ilegal de votos.
No segundo veículo, que segundo os policiais, era conduzido por um funcionário comissionado de um deputado estadual, também transportava uma quantia em dinheiro, material de campanha, e um simulacro de arma de fogo. As investigações continuam em andamento na sede da DIC, realizada pelo delegado Bruno Fernandes.
O que diz o candidato a vice-prefeito
O candidato a vice-prefeito de Laguna, Nilsinho Coelho (PP) se manifestou sobre a operação através da sua rede social. Segundo o candidato, ele é do ramo da construção civil, pavimentação e terraplanagem e o dinheiro seria utilizado para pagar os seus funcionários.
“Um terço da minha folha que pago para eles, tem muito funcionário meu esperando esse dinheiro chegar para poder cumprir meus compromissos”, comentou. “Para minha surpresa tive o celular aprendido sem um mandado de busca, a minha ferramenta de trabalho, onde uso para marcar reunião com meus eleitores, uma total covardia, é jogo político”, complementou.