Morro da Fumaça, a exemplo da maioria dos municípios de Santa Catarina, nos últimos dias tem vivido um período complicado devido aos alagamentos causados pelo alto volume de chuva registrado no Estado. Entre as diversas preocupações que situações desse tipo causam, o alerta sobre o contágio da leptospirose é um deles.
Historicamente, após episódios similares ao que estamos vivendo atualmente, as cidades tendem a registrar um aumento no número de casos da infecção. Saiane Steinback, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, comenta que em 2019, quando o município registrou outra enchente, o departamento recebeu quatro notificações para investigação da doença. “As pessoas acabam não observando que essa água veio de diversos lugares, carregando diversos detritos e contaminantes que podem trazer sérios problemas à nossa saúde”, alerta.
A leptospirose é uma doença grave causada pela bactéria Leptospira presente na urina contaminada de animais, principalmente dos ratos. A bactéria pode contaminar córregos, lagos, água parada ou de enchentes. “Ela penetra no corpo através da pele, principalmente por machucados ou feridas. Após desenvolver a doença, o indivíduo pode apresentar febre alta, dor de cabeça, dor nos músculos, calafrios, pele e olhos amarelados, alteração da quantidade ou na cor da urina”, destaca Saiane.
No Brasil, de 2021 a 2022, o número de casos aumentou 52% e, de mortes, 70%. Estudos sobre o tema apontam que a maioria dos casos de contágio ocorrem durante a coleta de lixo, na separação de material para reciclagem, e na realização de trabalhos em contato com água e esgoto, enchentes, alagados, lama e cursos de água.
Como medida preventiva, a Vigilância Epidemiológica orienta que a população evite o contato com áreas alagadas e recomenda o uso de botas e luvas para a realização de limpezas. Alimentos que tiveram contato com a água da enchente devem ser descartados. A água para consumo deve ser tratada com duas gotas de água sanitária por litro de água, 30 minutos antes de consumir.