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Mãe e filho acusados de homicídio vão a juri popular em Criciúma nesta quinta-feira

Edson Rosa da Silva foi morto após sofrer 24 facadas; crime aconteceu em novembro de 2022

Por Gabriel Mendes Criciúma, SC, 10/10/2024 - 06:31 Atualizado em 10/10/2024 - 06:35
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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O juri popular do homicídio de Edson Rosa da Silva, inicia na manhã desta quinta-feira (10), em Criciúma. Os réus do crime são a ex-esposa e o filho dele. A vítima foi morta em novembro de 2022 no bairro Colonial.

Na época, segundo informações da Polícia Militar (PM), o filho da vítima disse aos policiais que o pai havia saído da residência havia cerca de um mês e que enquanto ele estava com sua esposa na residência, o pai retornou ao local para buscar alguns documentos que estavam na casa. 

Ainda no depoimento aos policiais militares, ele contou que o pai puxou um canivete para tentar agredir a mãe, sendo esse o momento que Edson teria dado um golpe em sua mão esquerda, mas ele conseguiu aplicar um “mata-leão” no pai. Após isso, ele foi ao hospital para tratar o ferimento.

A ex-esposa na época relatou uma versão diferente a PM, alegando que o filho havia sido acertado por Edson com uma faca, e que ele teria conseguido tirar a arma da vítima e ele realizou diversas facadas no marido. O corpo da vítima foi encontrada dentro da residência por policiais militares. 

Conforme informações do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) os dois foram presos no dia do assassinato, e apesar de terem sido liberados na audiência de custódia, voltaram a ser detidos em maio do ano seguinte, seis meses após o crime.

O pedido de prisão realizado pela Polícia Civil foi atendido pela Justiça após manifestação favorável do MPSC. Além disso, segundo o MPSC, houve indícios que os denunciados teriam influenciado no depoimento de uma testemunha que presenciou a ocorrência.

O titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, Promotor de Justiça Marcus Vinicius de Faria Ribeiro, ofereceu a denúncia contra os acusados pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, meio cruel e traição.

A motivação do possível homicídio, conforme o MPSC, é que o homicídio teria acontecido porque ambos queriam se beneficiar financeiramente, por meio de uma cobertura de um financiamento do imóvel, além da ex-esposa querer se beneficiar por uma pensão pela morte.

O que diz a acusação?

O caso será conduzido pela promotora Greice Chiamulera Cristianetti e a advogada de defesa da família da vítima, Aline Marques, fará a assistência de acusação. Segundo ela, onze testemunhas serão ouvidas no caso.

De acordo com Aline, o crime foi premeditado. “Eles queriam matar Edson para poder quitar a casa com o financiamento, então com a morte do titular do contrato, causa a quitação, o seguro cobre. Outro detalhe é que eles gostariam de ficar com a pensão por morte, o que vale frisar é que conseguiram porque atualmente a casa está quitada e a esposa recebe uma pensão”, disse a advogada.

Os réus responderão por homicídio com qualificatórias. “A pena mínima de homicídio é 12 anos, a pena máxima prevista é de 40 anos, mas o somatório de penas deles é possível chegar a mais que esse tempo porque existem vários pontos que causam aumento de pena”, explicou Aline.

Segundo Aline, Edson estava separado da ex-esposa havia cerca de 30 dias, mas ele voltou a residência após ser chamado por ela. “Tinha documentos pessoais dele com ela e essa era a casa que o Edson morava, então estava há 30 dias separado. Quando ele entrou, ela desferiu facadas, o filho segurou o pai e posteriormente eles deram 24 facadas”, disse.

O que diz a defesa?

Segundo um dos advogados dos réus, Wagner Corrêa, o que aconteceu no dia foi uma legítima defesa do filho de Edson. “A vítima foi para cima da nossa cliente, o filho tentou separar sendo atingido por uma facada na mão, a mãe acreditando que Edson tinha matado ele, desferiu umas facadas nele para tentar se defender e defender o filho, temos testemunha ocular desta situação”, explicou o advogado.

No julgamento, a defesa falará que as facadas vieram apenas da ex-esposa de Edson e que ela sofreu violência física, psicologia e moral da vítima. Ele também discordou sobre a alegação do crime ter sido premeditado.

“Quem que planeja um crime sendo que ocorreu na casa deles e como eles tirariam o corpo da casa se nem carro eles possuíam? A casa onde aconteceu o fato é cercada de vizinhos, o crime aconteceu o durante o dia, que planejamento é esse que ocorreu em um lugar cheio de gente, na casa, e sequer tinha carro para levar o corpo”, questionou Corrêa.

O advogado de defesa também discorda da acusação do beneficiamento financeiro. “O terreno já pertencia ao pai da ex-esposa e deu para ela de presente quando casou, e tinha uma casa, só que resolveram ampliar. Eles viviam em união estável há 19 anos, então qualquer divida que tivesse também seria repartido em eventual divórcio entre os dois”, comentou Corrêa.
 

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