Estar com alguma enfermidade já é ruim, agora imagine ter que esperar em uma fila para se consultar ou realizar um exame, sabendo que a doença pode estar evoluindo? Esta é a realidade de 15.077 criciumenses que esperam por uma consulta e outros 900 que estão na fila de exames.
O número assustou até mesmo os vereadores que receberam a lista nesta semana. “Fiquei surpreso com o relatório da própria secretaria com relação a esta demanda, esta fila enorme porque no ano passado foi feito um Refis e foi aprovado por unanimidade na Câmara justamente para zera a fila. Este foi o propósito do Refis no ano passado, para zerar a fila de consultas e exames”, comentou o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Criciúma, vereador Pastor Jair Alexandre (PL), em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior.
O vereador lembrou que através deste projeto, mais de R$ 3 milhões entraram nos cofres do Município. “Há duas semanas, como presidente da comissão, questionei para termos as informações corretas. Quero saber porque a partir de março, no decreto em função da Covid-19, ficou praticamente suspensa as consultas e exames na cidade. Nortearam só para o combate ao coronavírus, mas outras pessoas têm outras enfermidades e precisam de consultas e fazer exames. Batemos tanto no governo do estado devido às cirurgias eletivas, e aqui na cidade ficaram suspensas as consultas e os exames”, salientou.
Antes da pandemia
Sandra Burato reclamou que a situação vem de antes da pandemia. “Há dois anos, quando o meu pai precisou de um oftalmologista, na UBS da Próspera me informaram que ou eu pagava ou ia para a fila de espera com 830 pessoas na frente dele. Tem 80 anos, estava com catarata adiantada. Ele já fez a cirurgia, mas era um oftalmologista com uma fila de 830 pessoas”, relatou.
Explicações
O presidente da Comissão de Saúde ainda cobrou explicações por parte da Secretaria Municipal de Saúde. “O secretário teria a oportunidade de falar sobre isso. Esteve na Câmara e a informação que se tinha era que estava normalmente, mas o que se vê é que ficou suspensa por muito tempo para chegar a 15 mil. A Secretaria de Saúde deve dar uma resposta presencial ou remota mesmo, não só para a Câmara, mas para toda a sociedade”, citou.
Ouça a entrevista do vereador Pastor Jair Alexandre na íntegra: