Os casos de coronavírus na região estão se estabilizando e chegando no chamado platô, porém é importante que a população continue com as medidas para evitar a contaminação. O alerta foi dado por três médicos em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior.
O primeiro deles, o diretor técnico do Hospital São José (HSJ), Raphael Elias Farias, disse que pelos números que vêm sendo acompanhados pelo que é visto desde o início da pandemia, é que este platô se perdure pelo menos pelas duas primeiras semanas de setembro. “Com relação aos números do hospital, há duas, três semanas, tivemos o pico máximo, com 100% de ocupação, principalmente nos leitos de UTI. Estes leitos com 100% de ocupação, saia um paciente entrava outro e um pico de atendimento também, aumentada. Isso estabilizou com tendência de queda nesta última semana. De 95% a 100% de ocupação nos leitos de UTI, nesta última semana. Os nossos números mostram uma ocupação de 80%, 85% até 95%. Sempre com uma demanda de leito de UTI, dois, três, em alguns dias até mais leitos sobrando à disposição da Central de Regulação por não ter demanda interna”, comentou.
Porém, o número de casos ainda é alto no Sul de Santa Catarina. “Parece que estamos em um momento de casos estabilizados, mas com um número grande. Hoje são 61 pacientes internados. Então a doença ainda está circulando. Ainda têm muitas pessoas suscetíveis, que podem adquirir o coronavírus. Não é porque atingimos o platô que podemos deixar de tomar as medidas de precaução, que podemos dizer que tudo já passou”, falou.
Sem colapso
Farias lembrou que a maior preocupação era o colapso do sistema de saúde e isso conseguiu ser superado até o momento. “Sobre a nossa preocupação com relação ao colapso dos leitos de UTI, de respiradores, isso a gente chego a um limite, mas não chegou a ficar sem nenhum paciente desassistido. Isso nos deixa mais tranquilos, principalmente com os números da última semana que mostrar uma estabilidade de casos, ainda alto, mas que não chegou a colapsar o sistema. São 31 pacientes internados na UTI do HSJ, sendo a maioria confirmado para coronavírus, o que representa uma ocupação de 81%. “Uma ocupação alta, muitos pacientes ainda, pacientes graves, mas que há leitos disponíveis para a região para este atendimento e que torena o cenário mais tranquilo na relação à assistência, mas não em relação à doença. Ela ainda está circulando e temos que tomar os cuidados”, pontuou.
O futuro
Já o presidente da Unimed Criciúma, Leando Avany Nunes, diz que muitas pessoas querem saber como será daqui para frente. “As pessoas estão se perguntando como vai ser o Natal, como vai ser o ano novo. E infelizmente a gente ainda não tem perspectiva do que vai acontecer daqui a três meses. Temos uma diminuição no número de pacientes internados e um aumento a saúde suplementar e temos coma a ocupação de UTI no número máximo que são 16 pacientes”, salientou.
Nunes disse também que se percebe um relaxamento das medidas por parte da população. “A nossa população, aparentemente, está sendo mais descuidada, provavelmente nas suas relações mais íntimas. No trabalho, no transporte público, nos restaurantes, dificilmente vai pegar o coronavírus porque toma todos os cuidados. Vai pegar o coronavírus nas nossas relações mais íntimas. Em nossas visitas aos pacientes a gente percebe, e as mortes dos últimos dias, sempre foi no contato íntimo. O vírus está circulando, vai continuar até o fim do ano, talvez mais ainda, até se ter uma vacina. Temos 22 pacientes na enfermaria e 16 na UTI, mas diminuiu o número de atendimentos no pronto atendimento, o que quer dizer que os pacientes com sintomas estão aparecendo menos”, ressaltou.
O pneumologista Renato Matos também comentou o assunto. “Há dois meses, considerando a situação de dois outros estados, víamos uma situação compliância por mais dois meses e depois a situação começa a dar uma aliviada. O tempo é difícil de se precisar, mas está ligado ao comportamento da população. Estamos vendo na nossa região que estamos passando aqueles dois meses mais complicados e um relaxamento evidente da população. Isso é perigoso porque se tivermos 20% da população contaminada, não temos isso, temos 80% suscetíveis à doença. Este relaxamento é extremamente perigoso”, opinou.
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