Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
DEIXE AQUI SEU PALPITE PARA O JOGO DO CRICIÚMA!

Mulheres na Universidade: as oportunidades vivenciadas por elas

Unesc é formada por inúmeras mulheres que se inventam, reinventam, transformam e compartilham experiências para o bem comum

Por Redação Criciúma, SC, 08/03/2022 - 15:44 Atualizado em 08/03/2022 - 15:46
Reitora Luciane Ceretta / Fotos: Divulgação
Reitora Luciane Ceretta / Fotos: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

A Unesc apresenta um grande portfólio imenso de atividades acadêmicas com o objetivo de expandir as oportunidades, servindo de exemplo para quem busca crescimento tanto profissional quanto pessoal. Toda essa rica diversidade também vem à tona quando o assunto é mulher. Elas estão em todos os cantos, seja na gestão, na sala de aula, na manutenção do ambiente, na docência ou prestando alguma informação à população. São mulheres de destaque, de fibra e de garra que enxergaram na Universidade um terreno fértil e próspero para alcançar as suas conquistas. Nesta data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8/3) algumas delas falam das suas vivências e experiências na Unesc e das marcas que criaram, por meio de histórias de conquistas e de superação.

Com uma equipe de gestão formada por diversas mulheres, Luciane Bisognin Ceretta que ocupa o cargo pela segunda vez como reitora, destaca o incentivo e a importância do papel da mulher nas suas habilidades e competências. Na Unesc, ela enxergou a oportunidade de construção da sua trajetória profissional e, paralelamente, a formação pessoal nesses 27 anos de história.

Ser mãe, esposa, professora pesquisadora, filha, acadêmica, amiga, que zela pela família, parceira das tantas lutas e também reitora, conforme ela, a fazem viver as melhores experiências como pessoa e como ser humano.

Luciane é a primeira mulher reitora da Instituição, classificada entre as cinco universidades não estatais em âmbito nacional mais empreendedoras do Brasil. Para ela, o fato de capitanear uma Universidade com aproximadamente 13 mil alunos, muitos professores e colaboradores é representativo porque lhe confere visibilidade a todas as outras que sempre estiveram na administração da Unesc.

“É uma representação muito importante e a mantenho com muita responsabilidade. Me dedico muito a essa função porque sei que, além das atribuições próprias da gestão feita por pessoas, a Unesc é feita por uma mulher e precisa ser inspiradora para muitas outras, que ainda vivenciam muitas dificuldades e desafios”, sublinha.

Coragem para lutar

Na visão de Luciane a mulher desse tempo traz em sua bagagem muita coragem, determinação, reconhecimento e direitos. “A mulher de hoje é essa mulher que está muito à frente do seu tempo porque ela reúne a sensibilidade associada à sua incrível capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, que luta todos os dias pelo espaço que ela quer ter e pelo reconhecimento que ela precisa ter por demonstrar suas habilidades, competências e atitudes nos diferentes lugares, como na casa, no trabalho ou no convívio social“, enfatiza.

Seja a mulher que não desiste de sonhar

Entre as lições que Luciane considera imprescindíveis está a necessidade do protagonismo. “Tenham coragem, determinação, esperança, sejam protagonistas e tenham liderança em qualquer situação. Dialoguem, façam construções coletivas baseadas no respeito, e não percam jamais a sua capacidade de lutar por aquilo que acreditam”, destaca.

Crescimento dentro da Universidade

Uma profissão movida pela tecnologia e pela criatividade que caiu como uma luva para a arquiteta Laíse Volpato, 30 anos. É na frente do computador ou debruçada em uma planta baixa que a jovem egressa da Unesc planeja e organiza os espaços pelo Campus. Cada cantinho é preparado com dedicação e com um único intuito: proporcionar bem-estar para estudantes, professores, colaboradores e população em geral que frequenta a Unesc.

 Para ela, o grande desafio encarado no dia a dia é conseguir lidar com os problemas, unindo a emoção e a razão. “Nós mulheres somos mais cautelosas, carinhosas e agimos com mais tranquilidade diante de situações e pessoas, o que é importante na solução de problemas. Ao fazer um projeto, por exemplo, além do cuidado e atenção a cada detalhe, olhamos com muita atenção todo o orçamento e a estética”, conta ela que hoje atua no Departamento de Projetos e de Infraestrutura (DPI) da Universidade.

Laíse ainda descreve que uma das vantagens de ser um arquiteto é ter uma obra ao longo da vida que permanecerá e que será lembrada pelo seu esforço. “Temos muitos locais projetos aqui dentro da Universidade, como a fachada do Colégio Unesc, a sala do Bloco P onde são realizados os eventos, o Diretório Central dos Estudantes, o DCE, onde os estudantes têm toda a estrutura de acolhimento e lazer, além de tantos outros cantinhos planejados com muito carinho. Temos um cuidado de saber ouvir e entregar um trabalho de excelência. Aqui circulam muitos alunos, muitas pessoas que olham e analisam o que fizemos, portanto, realizamos com muito zelo”, explica.

Laíse é egressa da Unesc, trabalhou em outros locais, mas conforme ela, na Universidade construiu o seu espaço com as oportunidades que foram surgindo. “A Unesc é um local de muito aprendizado e de um network incrível. Me formei em 2015 e estou há cinco anos trabalhando aqui fazendo o que tanto amo”, comenta ela, reforçando que almejou estar atuando dentro da Universidade. “A Unesc me faz crescer e aprender a cada dia. Quando fazemos bem feito e com dedicação a gente consegue chegar onde quer”, completa.

Desafios no meio do caminho sempre aparecerem, mas Laíse conta que a melhor maneira de equilibrar e solucionar alguma coisa é planejar, algo que já é de seu total controle. “Temos habilidades e delicadezas para lidar com certas dificuldades. Isso já é da mulher que está cada dia conquistando mais espaços, seja onde ela quiser”, disse.

A profissional também lembra da multiplicidade de ser uma mulher e dos diferentes papeis que ela ocupa. “Somos múltiplas. Temos uma profissão, uma carreira, mas também somos filhas, e temos equilíbrio nas tarefas de trabalho com os compromissos familiares e do lar. A mulher do tempo de hoje é voltada pela atitude que encara os problemas e sabe dizer não, ser respeitada e sabe respeitar”, sublinha.

A realização em ser professora universitária

Ser professor universitário é algo desafiador, pois não basta apenas ter vasto conhecimento sobre determinado assunto. É necessário ter dedicação para saber lidar com a rotina das salas de aulas. A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesc, Aline Eyng Savi, é um exemplo de profissional desta área. Ela garante, com brilho nos olhos, que essa é uma grande conquista em sua vida e que enxerga na Universidade a porta para o seu grande sucesso.

“Eu sinto orgulho em dizer que sou professora universitária. Era algo que queria muito. Lutei e conquistei meu espaço”, conta. Ela disse que a Universidade proporciona um debate salutar. “Estamos num local privilegiado. Nos sentimos em um mesmo nível de debate e discussões com os homens, algo que não é comum em diversos locais da sociedade. Temos desafios, já caminhamos e conquistamos muito, mas ainda há um longo caminho a percorrer”, aponta ela, que atua há 12 anos como professora universitária.

A sororidade lembrada por Aline é algo que lhe deixa muito feliz, pois é um percurso no qual as mulheres poderão criar, estabelecer e fortalecer uma rede de apoio. “Sinto essa experiência em ouvir, trocar ideias, de colocar a sua voz para ser ouvida. Tento passar para as minhas alunas a importância do posicionamento e de lutar pelo que deseja. Com a minha experiência, tento encorajá-las”, relata.

Aline é cadeirante e também usa a sua habilidade na arquitetura para ofertar mais acessibilidade para as pessoas. Ela já escreveu artigos em eventos científicos e revistas nacionais e internacionais e capítulos de livros sobre a acessibilidade espacial, desempenho de projetos arquitetônicos e ambientes construídos, e patrimônio histórico-arquitetônico.

Apesar das lutas diárias, Aline também enfatiza os múltiplos papeis das mulheres. “Ser mulher é ser sensível. Nem sempre é ser multi tarefas, mas ser de múltiplos papeis. Olhamos o mundo de um jeito diferente e temos atenção a muitos detalhes que para outros passa despercebido. O papel da mulher empreendedora, por exemplo, é extremamente relevante como espécie de vitrine para as outras. Se torna um espelho para as demais e serve também para mostrar a não ter medo, seja em que posição estiver, sendo aquelas que se dedicam exclusivamente a cuidar da família, a estudar, não ter uma família constituída como é o padrão, seja o que for, mas que seja feliz”, destaca.

Para ela, o importante e fundamental sucesso é entender-se, respeitar-se e fazer o que realmente acredita. “Lutem, corram atrás e só assim seremos felizes. É a sua felicidade e somos felizes quando nos respeitamos e corremos atrás quando acreditamos”, enfatiza.

As conquistas das mulheres transexuais

Cada vez mais mulheres transexuais têm ocupado espaços outrora inimagináveis, mostrando que podem, devem e vão ocupar todos os ambientes que desejarem. Myrella Olivia Alves Eufrazio, 23 anos, a primeira mulher trans a ingressar na Unesc relata com euforia as suas conquistas e ressalta que deseja ser exemplo para as outras. “Sou a primeira e não quero ser a última. Quero ser inspiração para outras. Sempre fui muito bem acolhida aqui na Universidade, isso me ajudou a me fortalecer e me sentir cada vez mais segura. Todas podemos”, enfatiza.

Para ela, o Dia Internacional da Mulher é uma data de resistência tanto para mulheres cisgênero, quanto para mulheres transexuais. E esse dia tem um gosto pra lá de especial para Myrella. Foi em 8 de março de 2019 que ela iniciou a sua jornada como secretária na Universidade. “Ganhei a bolsa e comecei a trabalhar como estagiária na Unidade Jurídica de Cooperação da Unesc. Fazia atendimentos, conheci pessoas, fiz amizades e isso me ajudou a me fortalecer cada vez mais e seguir em frente”, lembra.

Comunicativa e orgulhosa pela sua trajetória, a moradora de Criciúma conta que ingressou na Universidade em 2017 quando iniciou o curso de Direito. Hoje, além de fazer parte de grandes movimentos, já trabalha na terceira Vara do Trabalho de Criciúma. “Um dia vou ensinar para as pessoas sobre a minha vivência e vou aprender com as pessoas sobre a vivência delas. Esse compartilhamento será muito importante”, disse.

Ela, que atualmente está lendo quatro livros ao mesmo tempo, vive intensamente a Unesc e pretende fazer mestrado. “A Unesc é a minha casa. Ela representa um espaço sem muro onde os direitos não são tolhidos. Aqui eu evoluí”, analisa. Dentre os exemplares que fazem parte das leituras do momento estão, Terra Estranha de James Baldwin, Longo e Claro Rio de Liz Moore, Aos dezessete anos de Ava Dellaira e identidade de Nella larsen

Para ela, ser mulher já é uma grande experiência. “Ela tem capacidade de ser quem é e ousadia para entrar nos espaços que quer ingressar. A mulher desse tempo é dinâmica, contemporânea e sabe o que está fazendo, mesmo que todos provem o contrário, age como tem que agir e alcança o que quiser”, enumera.

Mas no dia a dia nem tudo são flores. Entre os desafios diários, para a acadêmica da décima fase do curso de Direito, está a dúvida do que pode fazer ou ser. Segundo ela, a cobrança é intensa. “Somos constantemente julgadas e temos que mostrar sempre que podemos mais e que temos direitos iguais”.

Myrella está sempre envolvida em grandes debates e é uma grande líder. É também a primeira presidente trans da ProJus Empresa Júnior Jurídica, vice-presidente da Liga Acadêmica Multidisciplinar (LAMLGBT+). Além de ser pesquisadora Integrante do Negra Unesc e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) da Unesc. “Sou uma grande lutadora e quero ser incentivo para outras. Portanto, meu recado é de que façam, independentemente do que querem fazer”, finaliza.

Copyright © 2024.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito