O governo federal anulou, nesta semana, o leilão para compra de até 300 mil toneladas de arroz importado que seria realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A medida tinha sido criticada pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) e pelo Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC).
Segundo um levantamento feito pelo Conab, a estimativa para a safra de 2023/2024 para o arroz é de 10,395 milhões de toneladas. Para o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli a suspensão do leilão foi uma medida assertiva.
“Não vai faltar arroz. Essas intervenções que ocorrem assim, abruptas, fazem o mercado ficar nervoso, tanto para cima quanto baixo, então se tivesse calma, o mercado ia ajustando devagar. O governo poderia chamar, a Conab poderia chamar os segmentos de arroz e discutir as medidas que nós vamos tomar”, disse
Conforme Rampinelli, as entidades querem realizar um encontro com o presidente da Conab, Edegar Pretto, para ser discutido as soluções. “O governo já sinalizou um novo leilão, saíram algumas notícias. Na nossa visão, não há necessidade, mas se o governo quiser, que faça um produto interno e nas marcas locais, das indústrias que adquiriram o produto”, explicou.
Segundo o presidente, tanto em Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina não faltaria arroz porque há mais capacidade instalada do que a demanda de arroz. “Rio Grande do Sul, por exemplo, a cidade que mais foi atingida por indústrias foi Eldorado do Sul, onde nós estamos, e aí nós temos outra indústria que fica no Centro da cidade que esse ai ainda não voltou a funcionar. Mas não é por falta de uma, duas ou três indústrias, se nós não estivéssemos trabalhando, não faltaria arroz”, complementou Rampinelli.