A Rússia foi o primeiro país a registrar oficialmente uma vacina contra o coronavírus e declará-la pronta para uso. Porém, ela ainda gera muitas dúvidas no mundo inteiro.
O médico pneumologista, Renato Matos, alertou em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, na manhã desta quarta-feira, 12, que para ter a eficácia comprovada, a vacina precisa passar por três fases de testes. “De uma certa maneira isso é como um rito jurídico. Tem que passar por um promotor, um julgamento e depois o veredito. Estas fases das vacinas seguem mais ou menos o mesmo raciocínio. Precisa fazer o teste com uma pequena quantidade de pessoas na fase um, um pouco mais na fase dois, ver se é segura e na fase três, a aplicação em um número grande de pessoas parar ver se funciona. O que surpreende na vacina russa é que fizeram duas fases e não publicaram como é feito e vão começar a aplicar nas pessoas”, questionou.
O presidente russo, Vladimir Putin disse que uma de suas filhas foi vacinada e ressaltou que a vacina passou pelos testes necessários e se mostrou eficaz, oferecendo imunidade duradoura ao coronavírus. “Vão começar a aplicar, vão fazer a fase três na população pode fazer mal. Estão injetando vírus que não sabemos como vai reagir com as pessoas. A Organização Mundial da Saúde já disse que não recomenda até que os dados sejam mostrados. Acho que não vai ser esta que vai nos tirar desta situação tão complicada. É preciso um julgamento adequado para que as pessoas do mundo saibam se aquele medicamento é eficaz”, comentou Matos.
Além disso, o pneumologista enfatizou que a Sinovac, vacina da chinesa, ficaria pronta antes da russa. “Ainda não tem o aval do Governo Federal. O prefeito e São Paulo, Bruno Covas, está conversando com o Governo Federal para que esteja liberada para o Brasil todo. A chinesa pode estar à disposição antes da vacina russa”, citou.