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No clima do coronavírus, Criciúma às moscas (VÍDEO)

As ruas vazias com o comércio do Centro fechado e o Terminal Central quase sem passageiros dão o tom do difícil momento

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 18/03/2020 - 17:08 Atualizado em 18/03/2020 - 17:17
Apenas um passageiro acessando a plataforma do Terminal. Em outros dias, haveria dezenas ali nesse horário / Foto: Heitor Araújo / 4oito
Apenas um passageiro acessando a plataforma do Terminal. Em outros dias, haveria dezenas ali nesse horário / Foto: Heitor Araújo / 4oito

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Pouquíssima gente na rua. Parece feriado. Feriadão até. Que nada. É a luta contra o coronavírus que monopoliza atenções.

O Terminal Central vazio é um termômetro dessa Criciúma acossada. Menos de 50 passageiros aguardavam ônibus há poucos minutos, sem qualquer sinal de filas para o embarque nos coletivos, no último dia de transporte na cidade antes da interrupção dos serviços, que começa nesta quinta-feira, 19.

As lojas do Centro estão totalmente fechadas desde o início da tarde. Pela manhã, algumas ainda abriram as portas, mas carentes do principal: clientes. Avisados pela Polícia Militar sobre o decreto estadual, os lojistas logo fecharam as portas.

Pouca gente aguardando o ônibus no Terminal / Foto: Heitor Araújo / 4oito

A primeira tarde sob o impacto do decreto do governador Carlos Moisés, que suspendeu uma série de serviços em Santa Catarina, foi de uma Criciúma vazia. A Avenida Centenário, onde o trânsito é costumeiramente intenso à tarde, apresentava tráfego tímido por volta das 16h.

"A situação é inacreditável. Eu com 48 anos nunca tinha visto isso", contou o taxista Fábio, que trabalha em um ponto na Praça Nereu Ramos. "O comércio fechado, somente farmácias e supermercados abertos, as pessoas precisam se cuidar, ir para suas casas e ficar de quarentena para ver se o vírus passa, ou que nem passe por aqui, e que fique tudo bem", comentou.

Para o comerciário Júnior Fabiano, de 46 anos, trata-se de uma situação incomum, assombrosa até. "Para mim é uma novidade, a cidade desse jeito, nunca tinha visto nada igual. Chega a ser assombroso", destacou. Quando flagrado pela reportagem, atravessando a Praça Nereu Ramos, ele estava se dirigindo para casa. Antes, aquela necessária visita ao supermercado. "A empresa aqui encerrou os trabalhos, logo logo estou indo no mercado comprar algo e vou para casa", referiu.

Eliana, de 49 anos, é de Belo Horizonte e está passando por Criciúma. "Nunca vi isso, apesar de eu ser de outro estado. Mas agora, assim, a gente sente o impacto, vim agora e vi todas as lojas fechadas. Eu fiquei um pouco assustada", reconheceu. Sandra, de 52 anos, é criciumense e concorda com a necessidade do fechamento do comércio. "É necessário. A gente só está na rua pois tive que sair, já estou indo para casa", frisou. E nada de conversar muito na rua. "O mais rápido possível, falar com menos gente possível", disse.

Galeria vazia no Terminal Central / Foto: Heitor Araújo / 4oito

O taxista aprovou a decisão do governador, de decretar o fechamento do comércio. "Foi correta. Teve alguns casos aqui no sul, já prevendo a situação do que pode acontecer, algo pior, eu acho que foi correta sim", apontou Fábio. Júnior Fabiano concordou. "Eu achei boa a decisão dele, tem que suspender mesmo, priorizar a saúde e a vida das pessoas", reiterou.

Mas para os negócios, a previsão é de muitas perdas. "Para os negócios, ficou horrível, a gente trabalha como autônomos, trabalhamos diariamente, eu particularmente não sei nem o que fazer", relatou Fábio, diante de seu táxi sem passageiro.

Pela manhã ainda havia algum movimento no comércio do Centro. Agora, todo fechado / Foto: Heitor Araújo / 4oito

Cuidado redobrado com a saúde, segundo Eliana. "Eu fui na farmácia comprar analgésicos, essa mudança de tempo, vai mudar para inverno, a gente sente o impacto", revelou. "Estou voltando já pra casa", despediu-se, sem muita cerimônia, tomando o rumo da sua residência.

Tags: coronavírus

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