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Santa Catarina passou a contar com a mais completa previsão de geada do Brasil. AEpagri/Ciram aprimorou a ferramenta disponível em site, que agora disponibiliza probabilidade de ocorrência do fenômeno para os próximos cinco dias. Entre os benefícios, está a amostragem em três mapas: probabilidade média, máxima e mínima de ocorrência. O produto continua sendo o único do país a oferecer a previsão do fenômeno para três intensidades: geada, geada moderada a forte e geada forte.
A previsão de geada para cinco dias atende demanda dos agricultores catarinenses que assim podem se programar melhor para minimizar prejuízos causados nas lavouras, como explica o gerente da Epagri/Ciram, Ângelo Massignam . “A geada é um fenômeno importante para a agricultura catarinense, pois sua janela de ocorrência determina os prazos ideais de plantio das principais culturas agrícolas. Além disso, por sua localização geográfica e relevo, Santa Catarina é bastante suscetível à ocorrência.
Acesse a nova ferramenta da Epagri/Ciram neste link.
Além de ter mais funcionalidades, a nova previsão de geada ficou mais precisa. O pesquisador responsável pela ferramenta Carlos Eduardo Salles de Araújo, salienta que a nova modelagem tem maior resolução, fornecendo uma informação diferente a cada nove quilômetros quadrados. Já o antigo fornecia uma informação de possibilidade de ocorrência de geada a cada 225 quilômetros quadrados.
Em Santa Catarina, esta grade detalhada é fundamental devido ao relevo acidentado que pode provocar uma maior variação de altitude em uma área de 225 quilômetros quadrados. Como a altitude é fator fundamental para ocorrência de geada, ter uma única informação de previsão em uma área tão grande pode gerar probabilidades distorcidas, o que é minimizado na área de nove quilômetros quadrados.
Mais evolução
Outra evolução é o uso de oito modelos numéricos para a confecção da previsão de geada da Epagri/Ciram. Na versão antiga, era um único modelo. Carlos Eduardo explica que o cruzamento de todas as informações confere mais assertividade ao produto final, ou seja, a margem de erro da previsão diminui muito, principalmente para os três primeiros dias.
A modelagem numérica procura repetir, em conceitos teóricos da matemática e da física, o comportamento da atmosfera. “Acontece que a natureza é caótica”, explica o pesquisador da Epagri/Ciram. Por isso, a opção de expor três mapas na ferramenta. Para uma consulta rápida, o usuário pode olhar apenas o mapa da probabilidade média. As outras duas imagens indicam uma faixa de probabilidades. “Por exemplo, o usuário deve observar um valor no mapa de probabilidade mínima e um valor no mapa de probabilidade máxima para a mesma localidade geográfica. Se os valores observados foram 50 e 60 respectivamente, significa que a chance de ocorrer geada para a classe e data selecionada ficará entre 50% e 60% na localidade de interesse”, detalha Carlos Eduardo.
Minimizando as perdas
Massignam diz ainda que uma geada que aconteça muito cedo ou muito tarde durante o ano pode afetar de maneiras diferentes as diversas culturas agrícolas do Estado. “O feijão é muito suscetível, já o milho resiste um pouco mais”, exemplifica. Por isso, produto da Epagri/Ciram traz um guia do usuário que, entre outras informações, enumera as principais medidas que podem ser adotadas para minimizar perdas: o ensacamento de frutos e a antecipação da colheita no caso da banana; a aplicação de irrigação, de fumaça e de aminoácidos para a fruticultura; o atraso no transplante de mudas para o maracujá e a cobertura de mudas com lonas ou palha na produção de hortaliças.
O projeto de aprimoramento da ferramenta segue até o segundo semestre de 2022. Até lá, serão implementadas melhorias para aumentar a precisão da previsão de geada. Para o usuário, o produto continuará o mesmo, mas haverá uma evolução na qualidade da informação oferecida.
