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"Nunca vacinamos tão pouco", diz secretário de Saúde sobre crise no sistema

Segundo Aldo Baptista Neto, baixa adesão da vacinação é o principal motivo para sobrecarga no atendimento

Por Stefanie Machado Criciúma, SC, 12/07/2022 - 11:10 Atualizado em 12/07/2022 - 11:10
Foto: Arquivo/4oito
Foto: Arquivo/4oito

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Desde maio, Santa Catarina vive a sobrecarga no sistema de saúde devido a lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), especialmente, neonatais e pediátricas. Conforme últimos dados atualizados pelo Estado na noite desta segunda-feira (11), há nove bebês e crianças, além de sete adultos, aguardando por leitos de UTI em SC. No fim de semana, a fila chegou a 25 pacientes. A situação fez com que o governador Carlos Moisés visitasse Criciúma neste domingo (10). 

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Para o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, existem dois principais motivos para o aumento da demanda: a alta circulação de doenças respiratórias e a dengue, além da baixa adesão da população à imunização. "Nós nunca vacinamos tão pouco", enfatiza. "Santa Catarina estava sempre entre o primeiro e o segundo colocado no cenário nacional. Nas campanhas de maio e junho, alguns grupos etários chegavam a vacinar 98% da expectativa. Nós não passamos nenhum grupo de 30%, em todas as vacinas [esse ano]", comenta. 

No início de junho, o Governo do Estado decretou situação de emergência por 90 dias para que gestores estadual e municipais possam tomar ações e viabilizar a abertura de novos leitos. "Nossos técnicos da vigilância começaram a observar que nós tínhamos um combinado de vírus adoecendo essas crianças. Estamos falando de vírus respiratórios, dos mais variados, à Covid-19, ainda presente. E, em especial, a região Oeste, o Norte e o Vale do Itajaí também a dengue naquele momento", explica Neto. 

Estado e municípios buscam soluções

Conforme o secretário, neste fim de semana, a região de Criciúma viveu um dos momentos mais críticos em relação à lotação de UTIs no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC). Uma situação bastante parecida aconteceu no Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis, que também triplicou o número de atendimentos. Ao todo, o Estado chegou a registrar 25 pessoas na fila de espera. 

"No final de sexta-feira (8), essas unidades de saúde começaram a presenciar uma chegada muito volumosa de pacientes graves. Isso que nos chamou a atenção. Algumas crianças da triagem já estavam indo para a intubação", salienta Neto. Dessa forma, além das estratégias já utilizadas anteriormente, o Estado e os municípios colocaram em prática um novo plano de ação emergencial. 

"Tivemos que mudar a lógica de trabalho do [Hospital] Santa Catarina. Fizemos uma ampliação emergencial por dentro da estrutura do hospital de mais 16 leitos clínicos. Mudamos a estratégia de triagem na porta da unidade hospitalar, onde os casos mais brandos estão sendo direcionados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ficam os casos mais graves no hospital", afirma o secretário. 

Além disso, foi necessário fazer a reposição de equipes nos locais mais críticos e o Governo de Criciúma solicitou um novo aporte financeiro para ampliar serviços de pediatria no município nos próximos meses. 

Abertura de novos leitos 

A situação de emergência permanece em vigência no estado até o fim de agosto. "Essa decretação nos permitiu estabelecer uma estratégia e fazer os repasses financeiros necessários. A estratégia passa pelo aumento da vacinação do público, principalmente, daquele mais vulnerável, crianças e idosos. Ela passa pela ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde e ampliação dos leitos de UTI", destaca Neto. 

De acordo com o secretário, 15 hospitais catarinenses adotaram estratégias emergenciais e ampliaram vagas nas UTIS. "São 99 leitos que vieram em um gradativo de ampliação, até o dia 30 de agosto", completa. Os leitos serão mantidos pelo Governo Estadual até dezembro e a expectativa é, até lá, conseguir a autorização do Ministério da Saúde para mantê-los funcionando permanentemente.

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