O drama das autoescolas durante a pandemia

Desde que Santa Catarina começou a registrar os primeiros casos de coronavírus, seguido de fechamentos e restrições para conter a doença, as auto escolas da região vêm enfrentando algumas dificuldades. A principal delas é ligada é devido ao fechamento constante do Detran de Florianópolis e, também, do Ciretran de Criciúma - o que dificulta a realização das atividades.

Em Criciúma, o Ciretran voltou a fechar as portas nesta quarta-feira, 19, após um servidor ter testado positivo para a Covid-19. A expectativa é de que a regional continue fechada por 14 dias, a partir de segunda, seguindo a portaria estadual que determina que serviços públicos não essenciais podem ser suspensos em regiões de risco gravíssimo - como é a Amrec.

Recentemente, Florianópolis também anunciou que fechará para atendimento presencial, retornando somente no próximo mês. “O que acontece hoje é que, fechando a Ciretran de Criciúma, eu acabo ficando sem avaliação prática. Fechando em Florianópolis, a gente fica sem emissão de habilitação, já que o despachante ficou sem cédula de moeda para emitir. Não adianta manter aberto em Urussanga, por exemplo, e fechar Criciúma ou Florianópolis, é preciso unificar”, declarou Rafael Guollo, proprietário de uma autoescola em Cocal do Sul.

Rafale ainda cita transtornos causados por falta de sincronia entre as atividades da Ciretran. Segundo ele, mesmo que o atendimento ainda seja feito de forma online, através do site, muitas das necessidades de quem precisa renovar uma carteira ou adquirir um documento depende da ida presencial ao Ciretran.

“Eles dizem: estamos fechados mas, em contrapartida, tem o acesso online. Mas ele não funciona. Antes de funcionar, é preciso ir no Detran ou Ciretran para fazer um cadastro, e como se faz isso se está fechado. O prazo para renovação da carteira está suspenso, mas então vamos criando uma bola de neve que, quando for obrigatório renovar, estará todo mundo tendo que se aglomerar para conseguir”, pontuou.

Guollo ainda ressalta que, devido ao abre e fecha e a falta de sincronia entre os órgãos, o processo de aulas nas autoescolas está tendo que ser diferente. “O que fazemos hoje é dar 18 aulas e deixar as outras duas como carta na manga, para quando for possível fazer a prova, porque se não o aluno faz as 20 aulas e só depois de muito tempo pode fazer a prova, e pode acabar esquecendo e reprovando. O índice de reprovação tem crescido muito”, disse.