Em processo de "reformas", a Copa Davis não perde a singularidade no circuito de tênis. E essa singularidade, paradoxalmente, se dá pela coletividade. Sem contar pontos na ATP, a competição é o mais próximo ao formato de seleções nacionais na disputa pelo título. O Brasil já teve tenistas entre os melhores do mundo - não só Gustavo Kuerten, que chegou ao topo do ranking, mas também Thomas Bellucci, que chegou próximo ao top 20 - , mas passa por um processo de reformulação. O atleta individual melhor ranqueado nessa Davis é Thiago Monteiro, 101.
O maior tenista individual brasileiro dos últimos anos não está entre os convocados para representar o país nesses dois dias de duelos contra Barbados; a Sociedade Recreativa Mampituba já está pronta para receber a Davis, com início dos jogos ao meio-dia na sexta-feira. Bellucci está em má fase, perdeu muitas posições no ranking e cedeu espaço para tenistas mais jovens. Entre as revelações está João Menezes, campeão pan-americano e número 194 na ATP.
O capitão da equipe brasileira, o ex-jogador Jaime Oncins, estreia no posto de selecionador. Por muitas temporadas, defendeu o Brasil na Davis dentro da quadra. Agora, passará pelo frio da barriga de uma forma diferente. "Pra mim é sempre muito bom jogar a Davis. Quando eu tava fora do circuito, era o que eu mais sentia falta. Ali você está representando o seu país", falou o capitão brasileiro na primeira coletiva de imprensa realizada na sede do Mampituba, nesta quarta-feira.
O time brasileiro está em reformulação. Sem Bellucci e também sem Rogerinho, a experiência fica na conta de Marcelo Melo e Bruno Soares, tenistas respeitados no jogo de duplas e que são a principal arma brasileira.
O adversário, Barbados, não tem muita tradição no esporte e o tenista melhor rankeado, Darian King, ocupa a posição 169 na ATP. "Antes dos jogos, o favoritismo existe só no papel. Na quadra, esses anos que eu tenho de Copa Davis, faz eu preparar bem o time para estar bem atento e não fazer o favoritismo ficar apenas no papel", destacou Jaime.
"Nós temos que vencer três confrontos. Nossa estratégia tem que ser baseada nos jogos de simples, mas também no de dupla. Darian faz parte dessa estratégia. O time brasileiro é bem forte, independente da idade dos jogadores", afirmou o capitão do time de Barbados, Damian Applewhaite.
Os confrontos da eliminatória regional entre Brasil e Barbados serão definidos na quinta-feira, em sorteio realizado no Mampituba, no final da manhã. Os atletas brasileiros e de Barbados e também os capitães de ambas as equipes concederão entrevista coletiva.