A Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc), de Criciúma, está participando de um estudo internacional que busca avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde física e mental da população. O projeto conta com a participação de mais de 35 países e mais de 200 pesquisadores, sendo coordenado, no Brasil, pela universidade criciumense.
Apelidado do COH-FIT (Collaborative Outcomes study on Health and Functioning During Infection Times), a pesquisa conta com um questionário, disponível em inúmeros idiomas, para entender como as pessoas estão encarando a pandemia de Covid-19 no mundo.
Uma das coordenadoras do projeto, a mestre em Saúde Samira Valvassori, destaca que a pandemia não afeta somente as pessoas que acabaram positivando para o coronavírus, mas também aquelas que não contraíram a doença e, mesmo assim, sofreram bruscas mudanças em suas rotinas.
“São pesquisas relacionadas ao comportamento das pessoas antes da pandemia e agora. Envolve questões como o consumo de álcool, como era antes e como está agora, comportamento antidepressivo, ansiedade, obsessão, compulsão e estresse. Tem questões relacionadas especificamente a quem contraiu a doença, mas também aqueles que tiveram conhecidos que contraíram e para quem não positivou”, destacou.
Samira ressalta que a pandemia está sendo um peso gigantesco para a população em geral, já que muito dos nossos comportamentos foram afetados pelo medo de positivar para a doença ou de ver algum parente ou conhecido sendo acometido pelo vírus. Toda esse medo e pressão que gira em torno da Covid-19 pode acabar acarretando em alguns problemas psicológicos.
“Por mais que não estejamos em lockdown, que nosso isolamento social não está tão restrito, a maioria das pessoas não está mais tendo a mesma rotina de antes. Não estão vendo mais as mesmas pessoas, e essa alteração pode ser um fator estressante interessante. Queremos avaliar como estava o comportamento das pessoas antes e depois, em relação ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos como depressão, ansiedade e bipolaridade”, declarou.
O projeto ainda está na primeira de suas três fases, que envolve a coleta de dados através de questionários em relação ao momento vivido durante a pandemia. A segunda etapa será realizada seis meses após o término da pandemia e, a última, doze meses após o fim deste período - para avaliar os efeitos da Covid-19 em todo o mundo.
Voltado somente para adultos com mais de 18 anos no Brasil, o questionário pode ser acessado através do site cohfit.com e, acessando-o, basta selecionar o idioma em português, clicar em “participe da pesquisa”, e preencher o formulário.