A Alemanha registra até um momento em torno de 60 mil casos e 480 mortes por coronavírus (Covid-19). Mesmo com números menores na comparação com países como Itália, Espanha, entre outros vizinhos europeus, o governo alemão decidiu prorrogar a quarentena por mais 10 dias. A Itália já soma mais de 10,7 mil mortes e a Espanha 6,6 mil.
As ações realizadas no país, aponta o criciumense, Ederaldo Lodetti, que mora na região de Munique, tem amenizado a proliferação do vírus. “Na minha cidade, que tem 20 mil habitantes, não tem nenhum caso. O comércio faz 12 dias que está parado. No sábado, 28, saiu mais um decreto prorrogando para mais 10 dias”, comenta.
Lodetti possui uma transportadora que, além de atender a região onde ele mora, também faz vagem para a Itália, o país mais afetado pelo coronavírus. “A minha empresa trabalha muito com a Itália, que está muito isolada do mundo atualmente. Isolou mesmo, assim como outros países a isolaram porque está muito infectada. A vida mudou muito. Três semanas que estamos parados. As empresas parando. O governo alemão, quando já se sabia dos casos em Milão e em toda a região, já tomava os procedimentos. Já monitorava as fronteiras, isso ajudou muito, por isso os poucos casos”, diz.
O criciumense fala ainda que o governo alemão sempre age rápido. “Isolam rapidamente e os casos de mortes diminuem. A Alemanha têm os hospitais bons. Os alemães são muito bem preparados. Se estiver com algum sintoma, a equipe vai na casa e faz o exame. As pessoas respeitam muito. Dando uma volta, indo no mercado, vimos que respeitam a distância, ficando em casa. Vimos poucas pessoas nas ruas”, enfatiza.
Exames em grande escala
A agilidade alemã permite a rápida identificação de muitos casos de covid-19, possibilitando o isolamento dos contaminados antes que eles espalhem ainda mais o vírus. Isso ocorre devido à grande quantidade de exames realizados no país.
Somente na semana de 9 de março, mais de 100 mil alemães foram examinados. Na semana anterior, foram 35 mil. Os dados são apenas do sistema ambulatorial e não incluem informações de hospitais.
Alerta ao Brasil
Lodetti ainda faz um alerta ao Brasil. “É muito perigoso. O Brasil deveria ficar mais uma semana fechada, no mínimo. Isso é muito perigoso. O coronavírus não para. Agora, ele apenas entrou no Brasil. Vai ser muito doloroso daqui a uns 15, 20 dias”, relata.