Nesta semana, a informação de que Criciúma e Içara estão entre as cidades catarinenses infestadas pelo escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) assustou muita gente. Porém, a coordenadora do Centro de Zoonoses de Criciúma, Simone Cristina da Cruz, explica que o termo utilizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina é técnico e não significa que há escorpiões por toda a cidade. Mais que isso, ela diz que não existem denúncias há pelo menos seis meses. "Criciúma não registra nenhuma denúncia da presença de escorpiões há seis meses. Teve um caso em 2019 em uma residência e ao completar um ano, em 2020, ela teve uma reincidência. Em novembro do ano passado retornamos à residência pelo mesmo fato. Desde então, não tivemos nenhum outro caso. Retornamos nesta semana para esta residência para fechar o ciclo do protocolo, que em caso de reincidência é para ir ao local dentro de seis meses, e não encontramos nada, nem um vestígio. O morador seguiu as nossas orientações. Resumindo, há seis meses não há relatos em Criciúma, nem acidente por escorpiões. O que tinha conseguimos controlar", salienta.
Simone fala ainda que a Dive considera infestação quando há qualquer registro na cidade. "Quando há o surgimento de escorpião em uma cidade, a Dive entende que há característica de infestação. Quando se encontra escorpião em um local se entende como infestação. É um termo mais de trabalho, não se entende que esteja com escorpiões na cidade toda. Também se usa este termo quando o local que se encontra este escorpião tem bastante quantidade. Por exemplo, em uma residência recolhemos 30 escorpiões, aquele local é considerado infestado. O município é considerado infestado por existir escorpião e no entendimento da Dive é assim, por isso foi colocado Criciúma como infestado, mas não temos nada ativo atualmente", pontua a coordenadora do Centro de Zoonoses.
A Vigilância Sanitária de Içara, outra cidade apontada como infestada na Amrec, afirma que também há registro do aracnídeo somente em um local. Em território içarense, o animal, considerado o mais perigoso da América Latina, foi encontrado entre duas empresas. "Nós não temos o registro da presença de escorpião em nenhum outro ponto da cidade”, afirma a coordenadora do órgão, Graziela Macarini Zuchinali.
Ela fala ainda que o este escorpião não é característico da região e, portanto, certamente foi importado de outro local. "Acreditamos que tenha vindo por algum caminhão”, comenta.
A Vigilância Sanitária municipal atuou no local e prestou orientações aos moradores em um raio de 300 metros do foco encontrado.
Orientações
Graziela reforçou os cuidados que a população deve ter com relação aos escorpiões. “Os escorpiões gostam de lugares úmidos e que tenham qualquer tipo de lixo acumulado", alerta.
O Sul do país não é o habitat natural do Tityus Serrulatus, mas está sedo encontrado com frequência na região. Normalmente localizado nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, ele possui hábitos noturnos e é adepto de ambientes quentes e úmidos e se prolifera com mais intensidade durante o verão, mas é na época chuvosa que ele busca novos locais para se abrigar.
Em jardins e quintais e quintais, por exemplo, deve-se evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas e lixo doméstico que atraem baratas, o principal alimento do escorpião. Dentro de casa,vedar frestas nas paredes, colocar soleira nas portas, vistoriar roupas e calçados antes de vestir e usar telas em ralos de chão, tanques e pias podem evitar a entrada dos escorpiões e outros peçonhentos, são algumas das orientações.
Como identificar e agir em caso de picada
O escorpião-amarelo possui pernas e cauda de tom amarelo claro, enquanto o restante do corpo é escuro.
Caso picado, o efeito é instantâneo e o atendimento médico deve ser realizado no menor tempo possível, no máximo em três horas. A picada é dolorida e não deixa marca específica, dificultando saber o local. A dor é intensa e se parece com a sensação de queimadura e latejamento, podendo se espalhar por todo o membro afetado. Pode apresentar aspecto semelhante à picada de uma abelha ou vespa, com inchaço e vermelhidão. É preciso levar a vítima o quanto antes ao pronto-socorro para tomar o soro antiescorpiônico, utilizado para combater a toxina do escorpião-amarelo.