O prefeito de Forquilhinha, José Claudio Gonçalves, o Neguinho, se manifestou por meio de uma entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (27) sobre a operação Maktub. A investigação apura fraudes na licitação da contratação de uma empresa para fabricação e instalação da estrutura metálica na cobertura de um ginásio no bairro Santa Líbera.
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O empresário e uma funcionária dele foram presos durante a investigação e dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seis municípios da região, sendo eles, Forquilhinha, Araranguá, Içara, Nova Veneza, Meleiro e Turvo. Quatro pessoas da comissão de Licitação foram afastadas.
Segundo o prefeito, o processo licitatório para a construção do ginásio tem uma área de mais de 4,4 mil metros quadrados e tem capacidade para seis mil lugares. O processo licitatório inicial ocorreu no valor de um pouco mais de R$ 6,3 milhões, mas recebeu um aditivo de R$ 1,5 milhão, A obra teve a Engetom Construção Civil LTDA como empresa vencedora.
“Entreguei a ordem de serviço exatamente no dia 16 de dezembro de 2021, no dia 10 de janeiro de 2022 eu peguei férias e assumiu no meu lugar o vice-prefeito”, disse Neguinho.
O vice-prefeito de Forquilhinha citado é Valcir Antonio Matias. “Na condição de prefeito, ele decidiu mudar o local do ginásio, proporcionando um aterro de valores altíssimos, eu fui contra essa posição do então prefeito, inclusive liguei e pedi várias vezes para que não houvesse a mudança, a última tentativa aconteceu no dia 20 de janeiro”, complementou o prefeito.
Atraso na obra resultou na saída do vice-prefeito do governo
Um dos motivos para ele ser contra a mudança no local de construção foi que, por ser no período de pandemia, não saberia quanto tempo levaria para a obra ser construída. O resultado disso, segundo Gonçalves, foi o atraso de seis meses e o ginásio que era para ser entregue no fim de 2022, mais de um ano atrás.
De acordo com o prefeito, esse foi o principal motivo da saída do vice-prefeito do seu governo. “Uma atitude que prejudicou o nosso governo, atrapalhou a entrega do ginásio, tinha o sonho de entregar e vou ser impedido porque a obra atrasou seis meses, com os aditivos e suplementações foi atrasando mais até que tivemos fazer um novo processo licitatório para o telhado”, relatou Gonçalves. “Quero isentar a comissão licitatória porque acredito na idoneidade dessas pessoas, isentar também todo o governo”, completou.
Ele também citou que, na sua visão, não houve falha no processo licitatório, e se houve algum problema, é com os empreiteiros. “Se houve alguma coisa errada ou ilegal, a polícia deve investigar e punir os verdadeiros culpados, que no nosso entendimento não se trata da nossa comissão e muito menos ilegalidade por parte do prefeito ou toda a equipe”, disse Gonçalves.
O prefeito também explicou que outra obra, um ginásio em uma outra escola, também é realizada pela mesma empresa. “Ela é do estado e não do município, mas está atrasada também por sinal”, citou.
O secretário de Administração e Finanças, Ricardo Ximenes, explicou que foram procurados pela empresa executora e discutiu sobre a estrutura metálica do ginásio no projeto original. “Previa, naquele momento, algo em torno de 37 toneladas e segundo a avaliação da sua engenharia, esta estrutura não iria suportar a estrutura do ginásio pela robustez e muito menos que tivesse condição de suportar qualquer necessidade de pendurar aparelhos para eventos de grande porte”, explicou.
A empresa que elaborou o projeto foi notificada na época para que se posicionasse a respeito do questionamento da empresa executora e analisou novamente o projeto. “Também concordou que houve uma falha no projeto inicial, refazendo todo e a estrutura metálica chegasse na casa das 63 toneladas para suportar a necessidade que estava previsto”, complementou.
Conforme Ximenes, o novo processo licitatório foi pela diferença dessa tonelagem, que foi vencida pela Engetom Construção Civil LTDA, no valor de R$ 1.120.058,63.
O prefeito disse durante a coletiva que considera essa obra um calo em seu governo. “Sabia da dificuldade porque começou errado, não era para ter mudado o lugar da obra, não era para ter sido feito aterro, foi um erro grotesco e causou prejuízo para o povo de Forquilhinha e sabíamos que esse telhado ia dar complicações. Quando a coisa começa errada, nós aditivos porque a obra atrasou seis meses na época de pandemia e pode ativar no máximo 25%”, explicou Gonçalves.
Confira a nota oficial do Governo de Forquilhinha:
Em nome do Governo de Forquilhinha, o prefeito José Cláudio Gonçalves, esclarece que assim que informado sobre a "Operação Maktub" realizada na manhã desta terça-feira, dia 27, no Paço Municipal, colocou todos os membros da administração municipal à disposição das autoridades para que seja feita a justiça, reforçando o compromisso com a transparência por parte da atual gestão.
A prefeitura de Nova Veneza também se pronunciou a respeito da operação:
Devido a repercussão nos veículos de comunicação nesta terca-feira (27) sobre a investigação da Polícia Civil, que envolve o nome do município de Nova Veneza, o Governo de Nova Veneza esclarece que não tem nenhum tipo de envolvimento com as investigações desta manhã.
Os agentes policiais realizaram diligências no município, não tendo nenhuma relação com os órgãos do município ou quaisquer funcionários ligados ao Paço Municipal. A Prefeitura desconhece os endereços investigados nesta operação.
Confira a coletiva completa: