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Programa da Vigilância em Saúde de Criciúma atua prevenção e tratamento da Tuberculose

No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, nesta segunda-feira(24) Secretaria Municipal de Saúde reitera ações de combate à doença

Por Redação Criciúma, 24/03/2025 - 10:32 Atualizado em 24/03/2025 - 10:43
Foto: Internet/Divulgação
Foto: Internet/Divulgação

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Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado nesta segunda-feira (24), o Programa de Tuberculose de Criciúma reafirma as ações de prevenção e tratamento da doença. A tuberculose é uma infecção pulmonar altamente contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mas que também pode afetar outros órgãos, como os ossos, rins e meninges. 

A Vigilância em Saúde de Criciúma conta com um programa especializado no tratamento da tuberculose (TB), com uma equipe composta por técnicos de enfermagem, enfermeiro e médico pneumologista. As ações municipais são pautadas nos protocolos e orientações do Ministério da Saúde e nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelecem como meta global a erradicação da doença até 2035.

A técnica de enfermagem, Rafaela Pereira Machado, explica que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Criciúma estão aptas para realizar o primeiro atendimento de identificação do sintomático respiratório, ou seja, a pessoa que apresenta tosse com duração superior a três semanas. Após a identificação, o paciente é encaminhado para fazer uma coleta de escarro (pode ser feita na unidade de saúde ou em casa, conforme orientação do profissional). 

“Depois, ele leva a amostra até a sua Unidade de Saúde e nós, do Programa de Tuberculose, recolhemos e encaminhamos para o laboratório central do estado, que é o laboratório de referência. A amostra passa por algumas análises e, se a tuberculose for detectável, esse paciente vai ser chamado para a consulta médica. O médico então vai avaliar os exames de raio-X e inicia o tratamento, geralmente dentro de uma semana”, explica Rafaela. 

Prevenção e tratamento médico

De acordo com Dejair Adolfo Rosa, enfermeiro do Programa de Tuberculose, o tratamento médico dura, no mínimo, seis meses. O paciente passa por consultas de acompanhamento médico mensalmente, além de receber atendimento do restante da equipe. Quando ocorre o diagnóstico, a equipe também desencadeia uma investigação dos comunicantes, ou seja, das pessoas que convivem com o tuberculoso. Os contatos intradomiciliares, do trabalho, da escola e dos lugares que frequenta, também passam pelo PPD. O teste tuberculínico (PPD), é o exame de triagem padrão para identificar a infecção pela bactéria causadora da tuberculose. Em alguns casos, se tiveram contato com o bacilo, os comunicantes passam por um tratamento preventivo, durante pouco mais de dois meses, a fim de evitar um possível desenvolvimento da tuberculose. Em Criciúma, foram realizados 800 PPDs em 2024. Neste ano, até o momento, 165 pessoas passaram pelo teste.
Equipe multiprofissional

Além do apoio médico, também há uma rede de apoio psicológico e de assistência social disponível para o paciente. “Em alguns casos, as pessoas afetadas pela tuberculose precisam parar de trabalhar, o que impacta diretamente na renda familiar, principalmente em situações de vulnerabilidade social, perdendo assim parte de sua renda e causando uma situação de empobrecimento. Por conta disso, o paciente também recebe apoio psicológico e da assistência social”, afirma o secretário de saúde de Criciúma, Deivid Freitas.

Ao final do tratamento, o paciente ganha alta de acordo com os critérios de cura: o médico precisa avaliar resultados positivos na radiografia e nas baciloscopias de acompanhamento, bem como se apresentou melhora clínica. 

Para garantir a adesão ao tratamento, especialmente nos casos de tuberculose pulmonar transmissível, é realizado o acompanhamento na residência do paciente, método conhecido como Tratamento Diretamente Observado (TDO), para que a medicação seja tomada corretamente. Caso o paciente tenha retornado ao trabalho, a medicação pode ser administrada de outras formas, mas o tratamento nunca é interrompido. 

De acordo com a técnica de enfermagem, Rafaela Pereira Machado, todo o tratamento, inclusive a medicação, é 100% via SUS. Mesmo que o paciente escolha um médico de confiança na rede privada, ele passa pelo Programa de Tuberculose do município. “Há casos em que o paciente procura um hospital e recebe o diagnóstico e tratamento por lá até ele estar apto a vir para o Programa de Tuberculose para continuar o tratamento dele. Durante a permanência no hospital, nós enviamos a medicação necessária para o hospital aplicar o tratamento”, afirma.

Incidência da tuberculose em Criciúma

Segundo dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde, Criciúma possui uma média anual de 100 casos de tuberculose. De janeiro de 2024 até o momento, a equipe técnica já realizou mais de 4,5 mil atendimentos. Em 2024, foram registradas cerca de 1,7 mil pessoas que foram investigadas por apresentarem sintomas respiratórios. Contudo, 121 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose, das quais 71 eram homens, 51 mulheres e quatro crianças menores de 10 anos. Do total, 109 eram casos pulmonares (transmissíveis) e 12 casos extrapulmonares (sete foram recidivas e oito retornos após abandono). Não houve óbitos em decorrência exclusiva da tuberculose. Do total, 61 pacientes foram curados e 39 continuam em tratamento.

Já em 2025, houve 211 sintomáticos respiratórios investigados. Destes, 21 casos de tuberculose foram detectados, sendo nove homens e 12 mulheres. Em 2024, foram aplicados 118 tratamentos da ILTB (infecção latente-quimioprofilaxia), que reduz o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa nas pessoas que tiveram contato com o bacilo. Com relação a este ano, oito aplicações foram realizadas até o momento. 

Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose (TB)

O Brasil integra a lista de países prioritários da OMS para a tuberculose, por ter um elevado número de pessoas afetadas pela TB e pela coinfecção TB-HIV (uma combinação entre ambas as infecções). Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2021 cerca de 72,6 mil pessoas adoeceram por TB e 4,7 mil morreram por causa da doença no Brasil em 2021.

O compromisso pelo fim da tuberculose visa reduzir o adoecimento e as mortes decorrentes da doença. A meta faz parte uma agenda política global que tem como objetivo erradicar a TB até 2035. A iniciativa baseia-se na prevenção, diagnóstico ágil e cuidado integrado centrados na pessoa com TB, intensificar a prevenção e enfrentar a coinfecção TB-HIV. O Plano também incentiva o fortalecimento do compromisso político para garantir recursos adequados e a participação da sociedade civil na luta contra a TB. Quando as pessoas recebem diagnóstico prontamente e realizam o tratamento da maneira correta e até o final (até a cura), é possível interromper a transmissão da doença na comunidade.

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