Os mais de 100 dias sem o transporte coletivo de passageiros em Criciúma, estão causando dores de cabeça nos proprietários das empresas que operam no sistema. "Não sei mais o que falar. A única coisa que fica claro é que quebraram o sistema", desabafou Éverton Trento, presidente da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU).
Segundo a própria ACTU hoje são mais de mil funcionários. "As demissões já começaram. Afinal, não tem como manter as empresas sem que elas faturem. O número certo de demissões ainda não temos, mas a situação deve piorar cada dias mais", afirmou Trento.
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E, em meio a incertezas, muitos funcionários acabam não sabendo se ainda manterão o emprego. "Nós estamos aguardando. Sabemos que muito ainda vai piorar. Se na semana que vem não houver mudanças teremos que sentar com o sindicato patronal para uma conversa", alegou Clésio Fernandes, presidente do Sindicato dos Motoristas de Criciúma.
Possível protesto
O presidente do Sindicato dos Motoristas ressalta que para a próxima semana não estão descartados protestos e que a culpa não é das empresas. "Não podemos ficar parados com os braços cruzados esperando o pior. Semana que vem vamos ser mais enérgicos. Porém, sabemos a situação complicada das empresas. Quem tem que fazer algo é o governo", comentou.
Para o presidente da ACTU, a paralisação do transporte é uma injustiça. "Somos o boi de piranha. Quando estávamos operando com todos os cuidados não tivemos nem um caso de coronavírus entre os funcionários. E agora que estamos parados o transporte clandestino está fazendo a festa. Não é culpa do usuário, afinal ele precisa de condução para chegar ao trabalho", pontuou. Trento ainda aponta uma falta de diálogo com o poder público. "Não tem conversa. Estamos abandonados. Eles decidem e nós sofremos", finalizou.