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Região corre risco de novo lockdown, aponta diretor da Amrec

Decisão da Justiça, de exigir protagonismo do Estado, pode repercutir aqui. Municípios projetam possível ação e cobram do Estado

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 07/08/2020 - 08:24 Atualizado em 07/08/2020 - 08:30
Arquivo / 4oito
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O Governo do Estado precisa ser protagonista na tomada de ações de combate à pandemia de Covid-19. Essa foi a recomendação do Ministério Público (MPSC) com concessão de tutela provisória pela Justiça em Florianópolis, a partir de uma ação civil pública. "Não somos meros espectadores", rebateu o secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta sexta-feira, 7.

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Mas a decisão desperta preocupação na região carbonífera. "Sim, a gente vê com certa preocupação essa decisão do Judiciário, principalmente por nossa região estar em estado gravíssimo pelo mapa do Estado. Essa decisão determina que o Estado implemente em 48 horas as medidas sanitárias em conformidade com as recomendações dos órgãos técnicos", observou o diretor-executivo da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Giovanni Dagostin. 

"Isso significa, a considerar a última recomendação encaminhada pelo COES à nosa região, que possivelmente, se o governador for aplicar as medidas no prazo de 48 horas, caso ele não consiga reverter essa decisão, significa que ele pode baixar um decreto suspendendo, entre hoje e amanhã, atividades como academias, shoppings, bares, restaurantes, cursos presenciais e comércio em geral", revelou o diretor. "Voltaríamos àquela situação de março, podemos ter um novo lockdown por estarmos caracterizados com a situação de potencial gravíssimo", emendou.

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Em resposta, a Amrec já encaminhou à Secretaria de Estado da Saúde um pedido de reavaliação da atual classificação de risco. "Sobretudo porque a nossa região está sendo penalizada por receber pacientes de outras regiões", constatou Dagostin. "Em levantamento, verificamos que 40% dos pacientes internados nos hospitais São Donato e São José são provenientes de outras regiões de saúde, isso impacta diretamente na nossa classificação. Se fosse considerar 40% de leitos desocupados, sairíamos do gravíssimo para o grave", ponderou o diretor. "Veja como isso reflete na nossa situação, isso impacta na tomada de decisões", apontou.

Encaminhado o expediente com o pedido de reconsideração da classificação ao secretário de Estado, a indicação da Amrec é que sejam considerados apenas os pacientes da respectiva regional de Saúde. "Ser receptor de pacientes está nos penalizando, outras regiões estão sendo favorecidas", constatou. Ele fez uma comparação com a Amurel, lembrando que na região de Laguna os números da pandemia são mais expressivos, porém a região carbonífera é que encontra-se em estado gravíssimo pelo mapa estadual. "Na Amurel tem 8,5 mil casos, aqui 6,5 mil. Lá tem mais óbitos, aqui tem menos, é uma situação que me faz discordar do secretário, a região da Amurel é que deveria estar no risco gravíssimo e não a nossa região carbonífera", comentou.

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Municípios podem ir à Justiça

O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, disse nesta quinta-feira, 6, na Rádio Som Maior, que não confia nos mapas de risco do Estado. "Não confiamos, nunca demos muito crédito àquele mapa do Estado", reforçou.

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Os municípios da região carbonífera estão avaliando a possibilidade de ir à Justiça. "Não está descartada a possibilidade de os municípios ajuizarem uma ação para pedir a revisão dessa matriz de potencial de risco", afirmou. "É cedo para dizer que entramos em um colapso", destacou Dagostin.

Tags: coronavírus

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