Com 94 anos, Rubens Costa levou uma vida por Criciuma e para Criciúma. Participou, em 1944, da fundação da Associação Empresarial de Criciúma (Acic). Teve papel destacado, ainda, em atividades bancárias, do ramo cerâmico e do segmento cartorário, até iniciar as operações, com sócios, da Forauto Veículos em 1967. Ele faleceu na noite desta segunda-feira, 31, vítima de Covid-19.
Confira também:
"O Rubens era um personagem diário do Shopping Della Giustina, no cafezinho que era do Rubinho, se notabilizou em uma determinada mesa, a gente entrava e sempre via as figuras ilustres da cidade, a principal delas o Rubens Costa", recordou o jornalista Archimedes Naspolini Filho nesta terça-feira, 1, no Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior. "Um senhor de seriedade, intransigente nos princípios morais e religiosos", definiu.
Nunca quis política
Para Archimedes, "Rubens transmitia segurança nos seus conceitos". Um fator interessante da sua trajetória foi a sucessão de negativas a uma possível carreira política. Oportunidades não faltaram. "Ele foi avesso à política partidária. Muitas vezes foi convidado para ser candidato a prefeito por todos os partidos da Criciúma de décadas atrás. Nunca aceitou sequer alimentar uma conversa, mas ele sempre foi uma unanimidade", apontou.
A história de Criciúma perde, e muito, com a partida de Rubens Costa. "A Praça Nereu Ramos teve quatro guardiães: Júlio Gaidzinski, que cuidava da esquina da Rui Barbosa com a Pedro Benedet; Abilio Paulo, que cuidava da João Zanette com a 6 de Janeiro; Cincinato Naspolini, que cuidava da João Pessoa com a Padre Pedro Baldoncini; e Elias Angeloni, que ficava de olho na esquina da Getúlio Vargas. O Julio deixou um descendente, o Diniz. O Abílio, o filho acaba de partir; o Cincinatto tem o Holmes e o Elias tinha o Rubens. Agora, restam o Diniz e o Holmes para contar a história de evolução de Criciúma", definiu Archimedes, citando a Praça Nereu Ramos como um referencial do agora saudoso Rubens Costa.
"O Rubens está levando mais um precioso capítulo da nossa história, com o sepultamento desse grande criciumense que foi o Rubens Costa", lembrou o comentarista da Som Maior, citando os filhos dele, Renato e Lilian, e o restante da descendência que fica. "Lamentavelmente, perdemos o Rubens Costa", emendou.
A história
Archimedes Naspolini Filho lembrou a relação familiar que o fazia próximo de Rubens Costa. "1878, região do Vêneto, vem para o Brasil Ferdinando Búrigo, casado com Tereza Savi, trouxeram um filho de 1 ano, José, o Beppe. Foram residir no Rancho dos Bugres, interior de Urussanga, que fazia parte da Colônia de Azambuja. Gente de vocação interiorana. Tiveram 12 filhos, o penúltimo foi a Irene. Irene foi casada com Mansueto Costa, eles tiveram sete filhos Ademar, Araci, Rubens, Valmor, Zoide, Terezinha e Marli. A Irene era irmã do José, pai da minha mãe. Portanto, Rubens Costa e minha mãe Eleonora eram primos-irmãos, e isso fez com que tivéssemos uma relação estreita", contou.
A Forauto
Em julho de 2017, para assinalar os 50 anos da Forauto, Rubens Costa e seu filho Renato estiveram no Programa Do Avesso, na Som Maior. "O carro era caro naquela época", lembrou Rubens, à época com 92 anos e muito lúcido. "Em 1967, quando começamos com a Forauto, o pessoal perguntava para quem íamos vender automóvel. Naquela época era difícil, os táxis mesmo eram da década de 1940", recordou.
Relembre aquela edição histórica do Avesso no podcast:
O velório de Rubens Costa será restrito à família, entre 9h e 11h desta terça-feira, no Crematório Millenium, em Içara.