Com a temática 'Tecnologia e Mercado - Transição Energética Justa' como centro das falas, o fórum Radar Pocket abordou oportunidades e desafios para as indústrias na redução da emissão de gases de efeito estufa.
O evento promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em parceria com o SESI e SENAI, contou com a presença de autoridades, lideranças do setor carbonífero, especialistas e pessoas interessadas no assunto.
O presidente da SCGÁS, Otmar Josef Muller, foi um dos convidados para o painel 'Matriz Energética de SC - Como atender os compromissos de neutralidade climática e assegurar o abastecimento energético das indústrias?'. Ao lado de executivos da Diamante Energia e da Associação Brasileira do Carbono Sustentável, Otmar falou sobre a demanda crescente de energia - em função da busca de conforto pelas pessoas - e o quanto isso acelera as questões climáticas.
"O que a gente procurou abordar foram medidas para que possamos continuar tendo o conforto trazido pela energia, mas também o esforço no sentido de mitigar as emissões de gases de efeito estufa e propiciar melhor qualidade para a atmosfera.", destaca Müller.
A programação do Radar Pocket já passou por Florianópolis, Chapecó, Jaraguá do Sul e agora, na Associação Empresarial de Criciúma (ACIC), no sul do estado. A cidade lidera o consumo de gás natural, responsável por 17% da utilização do combustível em Santa Catarina. Além disso, o estado está em terceiro lugar no ranking de maior extensão de rede de distribuição de gás natural no país, com mais de 1.585 km de rede construída pela SCGÁS. O crescimento do consumo desta fonte evidencia a importância do gás natural para o desenvolvimento industrial.
A transição energética justa considera o acesso a energias renováveis pautado pela segurança no fornecimento e pelo preço. Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a temática está na pauta de todas as empresas que querem se tornar mais competitivas. "O consumo de energia tem um acréscimo maior que o crescimento da população e do PIB, então cada vez mais o mundo vai consumir energia. O mais importante é que ela seja de base limpa.", pontuou Mario.
Também presente no evento, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, destacou a cidade como palco do debate da transição energética e a recente inauguração das placas fotovoltaicas para geração de energia solar. "Aqui nós temos uma fonte esgotável, que é o carvão mineral, mas nós temos uma fonte inesgotável, que é o problema deixado pela extração do carvão... Por isso, no debate trazido aqui na Acic, fala-se daquilo que o político pode - com boa vontade - aproveitar e transformar nesse país.", disse o prefeito.
O fórum debateu políticas públicas, incentivos e o abastecimento energético de forma sustentável: "É a maior pauta ESG que temos hoje, então precisamos juntar todas essas peças para construir o melhor caminho para Santa Catarina, e não vamos fazer isso copiando modelos de países da Europa, precisamos ter um modelo catarinense.", afirmou o Secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Guilherme Dallacosta.
A transição é interpretada como um desafio que exige empenho, recursos financeiros e tecnológicos, por isso, a tarde foi preenchida por paineis que ampliaram a discussão de políticas públicas estaduais que fomentem a transição e o atendimento à necessidade de reduções de emissões, perante a atual matriz energética catarinense.
O gás natural é essencial para uma transição energética segura e confiável no Brasil. Ele complementa outras fontes de energia e assegura estabilidade no suprimento. Com uma oferta abundante prevista para os próximos anos, se destaca como uma opção estratégica para o futuro energético do país, ajudando a enfrentar os desafios desse processo.
Colaboração: Rachel Schneider