O avanço tecnológico das últimas duas décadas acabou interferindo diretamente na mobilidade das pessoas. Se antes era preciso se deslocar até a empresa para fazer uma reunião, ou ir em lojas de fotografias para ver a foto tirada, agora dois ou três cliques em um celular são suficientes. O maior desempenho das tecnologias, no entanto, acabou culminando no sedentarismo das novas gerações - o que preocupa os profissionais da área da saúde
No programa 60 Minutos desta sexta-feira, 9, na estreia do quadro Papo Leve, o ortopedista e sócio da Levve Ortopedia, Doutor Marinho Búrigo, reforçou o quanto uma vida sedentária pode acabar influenciando negativamente na mobilidade do nosso corpo.
“O básico da nossa vida são coisas simples que não valorizamos, como agachar, sentar, poder trocar uma roupa, poder ir ao banheiro. Esse grande sedentarismo começa a causar restrições de mobilidade articular, gerando um ciclo vicioso dentro do nosso cotidiano que aumenta as restrições do nosso corpo”, disse Marinho.
De acordo com o ortopedista, tudo o que não usamos acaba caindo em desuso e, assim, perdendo qualidade. Dessa forma, quanto menos atividades uma pessoa fazer, menos força muscular e capacidade de sustentação ela acabará tendo, tornando atividades simples como colocar uma meia, sapato ou escovar o cabelo, algo difícil.
“Temos um futuro preocupante em relação às novas gerações. Já estamos identificando uma série de questões relacionadas aos prejuízos de mobilidade articular, que serão ainda mais claros nos próximos anos. Já temos patologias do uso do celular, tendinites específicas, cervicalgias específicas. Precisamos lutar contra isso tudo para ter qualidade de vida na terceira idade”, declarou o ortopedista.