Suicídio é a segunda maior causa de mortes na região

Mais que homicídios, mais que acidentes de trabalho. Mais que outras fatalidades. Atualmente o suicídio é a segunda maior causa de mortes no Sul de Santa Catarina. A posição foi ocupada em 2011 e continua até hoje. "Desde 2011, temos uma característica diferenciada, não só na Amrec, mas posso falar da Amesc e da Amurel. O suicídio ocupa o segundo lugar em número de mortes, quando em outra época vinha em terceiro, quarto lugar, atrás de homicídios, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho. o suicídio não tinha esta posição que está anos e anos seguidos", comentou Almir Fernandes ao Programa Agora, da Rádio Som Maior.

O Setembro Amarelo é voltado à uma série de campanhas e de debates em torno do tema, na busca por diminuir a quantidade de ocorrências. "Naquela época, em 2011, procuramos instituições para que a gente pudesse fazer um trabalho integrado e foi criado o movimento Abrace uma Vida, o Criciúma Viva e resultou neste trabalho do Serviço de Proteção à Vida", falou.

Mudança de característica

Fernandes disse ainda que na região a maioria das ocorrências era registrada em pessoas de meia idade. "O agricultor, o aposentado. De tempos para cá mudou a característica. Não somente em zona rural, mas muito em zona urbana e a idade mais jovem. Tentativas e manifestações são mais frequentes em idade jovem, mas fatos consumados, uma média de 40 anos para cima. Temos casos consumados de pré-adolescentes, o que é lamentável", revelou.

Pedido de ajuda

A professora Ana Losso lembrou que no Brasil, o suicídio é a segunda causa de morte de jovens de 15 a 29 anos, perdendo somente para acidentes de trânsito. "São duas causas de mortes evitadas. Estamos perdendo os nossos jovens para causas externas. É um tema complexo e delicado. a própria Organização Mundial da Saúde diz que falar é a melhor solução. Precisamos divulgar de maneira consciente, responsável e as pessoas precisam estar atentas aos sinais que estas pessoas manifestam. A maioria deles apresenta sintomas. O suicídio é um pedido de ajuda. Ele não quer a morte, quer matar o que está matando ele, que é um sofrimento intenso", citou.

Os jovens

O psicólogo, Jean Bombasar, comentou sobre como o problema afeta os mais jovens. "Ao jovem falta muita referência para ele. Antigamente o pessoal da zona rural era porque ficava isolado, não tinha ninguém, não tinha recurso. E nos grandes centros acontece o contrário com os jovens. O pai está trabalhando, viajando. Às vezes a família está fragmentada, mora em outro estado. Famílias de pais separados. Não que todas são indício para isso. Aquele jovem fica perdido, não tem referência e ele quer aceitação, quer autonomia, segurança, proteção e vai buscar isso de todas as maneiras. Uso de drogas, sexo precoce e na questão do suicídio, ela não quer tirar a própria vida, ela quer tirar a dor", enfatizou.

Ouça o Programa Agora sobre o Setembro Amarelo na íntegra: